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Mostrando postagens de dezembro, 2023

"Raise!" (ARC/Columbia,1981), Earth, Wind & Fire

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Por Sidney Falcão O álbum Faces do Earth, Wind & Fire, lançado em 1980, recebeu críticas desfavoráveis da imprensa e do público devido a várias razões. As mudanças nas tendências musicais, a saída de membros-chave da banda e comparações com trabalhos anteriores contribuíram para a insatisfação. Muitos críticos viram esse álbum como um trabalho repetitivo e menos inovador. Embora tenha conquistado vendas respeitáveis, Faces não atingiu o sucesso dos álbuns anteriores da banda. Apesar disso, o Earth, Wind & Fire continuou a evoluir e se adaptar, mantendo sua influência duradoura na música. Após o lançamento de Faces em 1980, a pressão estava sobre eles para criar algo que revitalizasse sua sonoridade característica. Foi nesse contexto que a banda lançou Raise!, um álbum que se tornaria um marco na história do funk e R&B. Raise! foi gravado em um momento de transformação para a Earth, Wind & Fire. A banda estava passando por mudanças em sua formação, com a saída de a

"O Descobrimento do Brasil" (EMI-Odeon, 1993), Legião Urbana

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Por Sidney Falcão No início da década de 1990, o Brasil enfrentava uma série de desafios e eventos marcantes em seu cenário político, econômico e social. A economia estava em crise, com altas taxas de inflação e instabilidade econômica. A política brasileira estava conturbada, com o presidente Fernando Collor de Mello enfrentando escândalos de corrupção e acusações de irregularidades, culminando em seu impeachment em 1992, liderado pelo movimento dos "Caras Pintadas". Naquela época, o Brasil lidava com desigualdades sociais e problemas econômicos, enquanto se recuperava dos anos de ditadura militar e da repressão política, deixando cicatrizes na sociedade. Esse período testemunhou um aumento nos movimentos sociais e ativismo, com manifestações e protestos em busca de mudanças em diversas áreas, incluindo questões econômicas e direitos civis. Essas condições desafiadoras e eventos moldaram o contexto em que a banda Legião Urbana lançou o álbum O Descobrimento do Brasil . Sexto

10 disco essenciais: power pop

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Por Sidney Falcão Em maio de 1967, durante uma entrevista para a revista semanal britânica NME ( New Music Express ), Pete Townshend descreveu "Pictures Of Lily", canção do The Who, como "power pop". Townshend não sabia, mas criar um termo que batizaria um novo seguimento do rock que estava por vir. Foi nos anos 1960 que o power pop surgiu, fruto do cruzamento das melodias cativantes e harmonias vocais dos Beatles e Beach Boys, com as guitarras vibrantes e melódicas dos Byrds e com o peso e a cruza do som do The Who. Características singulares marcam o power pop: melodias potentes que grudam na mente, riffs de guitarra simples, mas arrebatadores, injetando vitalidade nas composições, e harmonias vocais que soam como um deleite auditivo. As canções do power pop possuem melodias fortes e cativantes que grudam na mente do ouvinte. Elas são concisas, raramente ultrapassando a marca dos 4 minutos, transmitindo uma alegria e otimismo contagiantes. Os riffs de guitarra in

"Sweet Baby James" (Warner,1970), James Taylor

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Por Sidney Falcão Astro da folk music norte-americana, James Taylor deixou uma marca indelével na história da música. Com sua voz suave e letras que tocam a alma, Taylor se estabeleceu como uma figura inigualável em sua geração. No emblemático ano de 1970, o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, Sweet Baby James , marcou sua ascensão no mundo do folk music, mas também significou um momento de superação na sua vida profissional e pessoal.  Nascido em Boston, Massachusetts, em 1948, James Taylor já trazia consigo as raízes da rica tradição da música folk americana. Começou a sua carreira profissional na música por volta de 1967 quando integrou a banda  Flying Machine, em Nova York. No ano seguinte, em 1968, Taylor partiu para Londres em busca de novas possiblidade na música, coisa que não estava encontrando em Nova York.  Em Londres, conseguiu contrato com a Apple Records, selo dos Beatles e, no final do mesmo ano, lança o seu primeiro e homônimo álbum solo. Apesar dos elogios da c

"Samba da Bahia" (Fontana/Philips, 1973), Riachão, Batatinha e Panela

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Por Sidney Falcão Quando o disco Samba da Bahia chegou às lojas em 1973, Riachão (1921-2020), Batatinha (1924-1997) e Panela (1931-1999) já traziam na bagagem uma vasta trajetória no cenário do samba baiano. Não eram mais jovens iniciantes, mas sim, homens maduros que ansiavam por conquistar seu espaço no universo artístico, enfrentando as inúmeras adversidades da vida. Enquanto a vida dos sambistas no Rio de Janeiro não era um mar de rosas, mesmo com as grandes gravadoras e o epicentro da indústria cultural brasileira concentrados naquela cidade, a situação se tornava ainda mais desafiadora para os sambistas baianos em Salvador, uma cidade distante das gravadoras, onde o máximo que se podia encontrar era um modesto estúdio de gravação de jingles para campanhas publicitárias. Naquelea época, um artista baiano gravar um disco distante das grandes companhias fonográficas era tarefa hercúlea.  Riachão, Batatinha e Panela eram dotados de um talento sublime para compor sambas, mas enfrenta