Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2020

“Elephant” (XL Recordings, 2003), The White Stripes

Imagem
Por Sidney Falcão No cenário da música pop durante a virada dos anos 1990 para os anos 2000, o grunge já havia se tornado coisa do passado. O britpop ainda dava as cartas com Oasis e Blur à frente, mas era um movimento em franco declínio. As boy bands como Backstreet Boys e NSYNC, estavam no ápice do modismo, enquanto que Britney Spears e Christina Aguilera, duas estrelas pop em plena ascensão, travavam uma rivalidade para ver quem seria a herdeira de Madonna. O rap, que nos anos 1990 havia crescido bastante em popularidade, seguia firme e forte para se tornar o gênero musical preferido do público jovem, disputando esse posto que por muito tempo pertenceu ao rock.   E é nesse cenário que uma nova geração de bandas surge para injetar mais vitalidade ao rock, que naquele momento, parecia ser um estilo musical sem futuro, fadado à decadência. As tais bandas buscavam no passado a vitalidade que rock parecia necessitar. Houve um resgate do som e da estética do rock de garagem do

“Calango” (Chaos/Sony Music, 1994), Skank

Imagem
Até por volta de 1993, o rock brasileiro ainda tinha na boca um “gosto amargo de ressaca” do sucesso da geração dos anos 1980. As grandes bandas do rock brasileiro da geração dos anos 1980 que restaram e que adentraram os anos 1990, já tinham os seus integrantes passando a casa dos 30 anos de idade. Naquele momento a música sertaneja e axé music dominavam o cenário midiático da música brasileira, embora o rock ainda tivesse o seu espaço, principalmente por meios de comunicação como a MTV Brasil, que entrou no ar em 1990. Enquanto isso, como dizia um antigo hit do RPM, era no underground que “repousava o repúdio” do rock brasileiro. Assim como ocorrera nos anos 1980, a cena alternativa do rock estava em ebulição em vários cantos do Brasil, revelando novas bandas, novos cantores, com novas propostas que dariam um novo rumo para o rock brasileiro. Apesar de tão plural musicalmente, esse novo cenário roqueiro tinha como um ponto em comum a conexão das referências regionais com a c

“Brasil Mestiço” (EMI-Odeon, 1980), Clara Nunes

Imagem
Clara Nunes encerrou a década de 1970 de maneira vitoriosa. Se tornou uma das maiores cantoras brasileiras, com milhões de discos vendidos e dezenas de canções entre as mais executadas no rádio e na TV no Brasil. Quebrou o tabu de que no Brasil cantoras vendem poucos discos: Clara foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 1 milhão de cópias de um mesmo álbum, feito esse ocorrido com o álbum Claridade (1975). Contribuiu para a revitalização do samba nos anos 1970, trazendo o gênero de volta às paradas de sucesso e de vendagens de discos, após atravessar toda a década de 1960 ofuscado pela bossa-nova e pela Jovem Guarda. Além disso, Clara levou para as grandes massas, toda a beleza, a sabedoria e os mistérios da cultura afro-brasileira através de seus sucessos. Mas naquele fim de década, nem tudo foi maravilhoso. Clara nutria o sonho de ser mãe, e por causa disso, submeteu-se a vários tipos de tratamento para engravidar, mas todos fracassaram. Em 1979, Clara Nunes passo