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Mostrando postagens de julho, 2020

“SLA Radical Dance Disco Club” (EMI, 1990), Fernanda Abreu

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Existe o velho e conhecido ditado popular que diz: “apressado come cru”. Quando a formação clássica da Blitz chegou ao fim, em 1986, o vocalista e líder da banda carioca, Evandro Mesquita, naquele mesmo ano, lançou o seu primeiro álbum solo, intitulado Evandro , que chegou a ter alguma repercussão. Evandro ainda lançou mais três álbuns solos, emplacando o hit “Babilônia Maravilhosa”, em 1989, que fez parte da trilha sonora da telenovela Top Model , da TV Globo. Mas não passou disso. Ao contrário de Evandro, sua ex-colega de Blitz, Fernanda Abreu, preferiu esperar o tempo certo para aventurar-se numa carreira solo. Quando a Blitz acabou, não faltaram convites para ela gravar um disco solo. No entanto, os convites eram para ela trilhar o mesmo seguimento pop rock da Blitz. Embora estivesse decidida em não começar naquele momento a sua carreira, solo, a ex-backing vocal da Blitz já sabia que caminho musical seguiria, e o pop rock não estava em seus planos. Antes de integrar a

“Closer” (Factory, 1980), Joy Division

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Quando ainda estava na turnê do seu aclamado álbum de estreia, Unknown Pleasure , em 1979, a banda Joy Division já tocava nas suas apresentações algumas músicas que fariam parte do segundo álbum, Closer , que só seria lançado no ano seguinte. As canções eram “Atrocity Exhibition”, “Passover”, “Colony” e “Twenty Four Hours”, as quatro contando muito com a presença da guitarra de Bernard Sumner, refletindo a influência da crueza musical de Unknown Pleasure . No entanto, essa crueza perderia espaço ou pelo menos o protagonismo na sonoridade do Joy Division, a partir do começo de 1980, quando a banda adotou os sintetizadores. O produtor Martin Hannett - o mesmo que havia produzido o álbum de estreia do quarteto inglês – estimulou o guitarrista Bernard Sumner a usar sintetizadores, como o Transcedent 2000 e o ARP Omni 2. Além disso, incentivou o baterista Stephen Morris a fazer uso dos efeitos eletrônicos da bateria eletrônica. “Isolation”, “Heart And Soul”, “The Eternal” e “Decade

“Mama Africa” (EMI, 1983), Peter Tosh

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Peter Tosh não teve o seu sexto álbum de estúdio, Wanted Dread & Alive , de 1981, a repercussão que o cantor imaginava. Foi o último trabalho de Tosh pelo Rolling Stones Records, selo daquela famosíssima banda comandada por um certo Mick Jagger. Mas a repercussão desejada por Tosh veio com o álbum seguinte, Mama Africa , considerado o álbum mais comercial da discografia do cantor jamaicano. Lançado em abril de 1983, Mama Africa alia o discurso politizado e engajado de Tosh com uma sonoridade acessível e dançante. Mama Africa agrega referências de ska, pop, jazz e pop tornando o álbum musicalmente bastante agradável. Não à toa, foi álbum melhor sucedido de Tosh fora da Jamaica. Além de músicas até então inéditas, Mama Africa trouxe três regravações, duas delas da época em que Tosh era membro dos Wailers, “Stop The Train” e “Maga Dog”, e uma releitura em versão reggae para um clássico do rock”n’roll criado por Chuck Berry, “Johnny B. Goode”. Mama Africa conta com particip

“Só Se For A Dois” (PolyGram, 1987), Cazuza

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Após o elogiado primeiro e homônimo álbum solo (popularmente conhecido como Exagerado ), de 1985, Cazuza(1958-1990) entrou nos estúdios da gravadora Som Livre no segundo semestre de 1986 para gravar o seu segundo álbum solo, sob a produção de Ezequiel Neves (1935-2010) e Jorge Guimarães. Tudo transcorreu bem, as gravações foram finalizadas até que um dia, a Som Livre anunciou que iria cancelar o seu elenco de artistas e dedicar-se apenas às trilhas sonoras das novelas da TV Globo, emissora à qual a companhia pertence. A única exceção, foi Xuxa, apresentadora que tinha um programa infantil de grande audiência na Globo, o Xou da Xuxa , lançava discos pela Som Livre que vendiam milhões de cópias. Era uma verdadeira “mina de ouro”. Todos os outros cantores e bandas foram dispensados pela Som Livre, inclusive Cazuza. Nem mesmo o fato do cantor ser filho do diretor e fundador da Som Livre, João Araújo (1935-2013), livrou Cazuza da lista de dispensados da gravadora. Contudo, não fa