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Mostrando postagens de janeiro, 2017

"Lavô Tá Novo" (Warner, 1995), Raimundos

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Lançado em novembro de 1995, Lavô Tá Novo é o segundo álbum dos Raimundos. A banda brasiliense havia sacudido a cena roqueira nacional com o álbum de estreia, o Raimundos , em 1994, com a receita bombástica e inusitada de punk rock, hard core, forró e letras desbocadas. Naquele ano de 1994, finalmente os anos 1990 haviam começado para o rock brasileiro. Em Lavô Tá Novo, os Raimundos ousaram na produção. O disco foi produzido por Mark Dearnley, produtor norte-americano que já havia trabalhado com astros do metal e do hard rock como AC/DC, Ozzy Osbourne, Motorhead, Hawkwind, Uriah Heep entre outros. Se o som dos Raimundos já era pesado, coube a Dearnley dar uma "lapidada", torná-lo mais "azeitado", mas sem descaracterizá-lo. Ainda que não seja tão surpreendente quanto Raimundos (o álbum de estreia), Lavô Tá Novo manteve a pegada porradeira do primeiro, dando mais ênfase ao peso e à velocidade com o punk rock e o hard core, mas diminuindo espaço p

“Who’s Next” (Track, 1971), The Who

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O Who fechou a década de 1960 com chave de ouro. Em 1969, o Who havia lançado o álbum-duplo Tommy , ópera-rock que consagrou a banda. Para promover o álbum, o Who iniciou uma extensa turnê de pouco mais de um ano, que incluiu a apresentação no Festival de Woodstock, nos Estados Unidos, em agosto de 1969, e uma no Festival da Ilha de Wight, na Inglaterra, em agosto de 1970. Nesse meio tempo, no começo de 1970, o Who lançou Live At Leeds , gravado ao vivo na Universidade de Leeds, na Inglaterra, cujo show fazia parte também da turnê de Tommy . Após essa extensa, cansativa, porém bem sucedida turnê de Tommy , o Who inicia a década de 1970 mergulhado num novo e ambicioso projeto: Lifehouse . Tratava-se de um projeto multimídia conceitual que envolveria um álbum duplo e um filme com roteiro de Pete Townshend, guitarrista do Who e idealizador do projeto. A história seria uma ficção-científica onde as pessoas vivem sob um regime autoritário e repressor que controla a todos por meio d

“Educação Sentimental” (Warner, 1985), Kid Abelha

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O Kid Abelha começou o ano de 1985 muito bem. Vinha de um sucesso estrondoso do álbum de estreia Seu Espião , lançado em 1984 em que quase todas as faixas tocaram no rádio, o que credenciou a banda carioca a sua participar da primeira edição do Rock in Rio, em janeiro de 1985, ainda que a apresentação naquele megafestival tivesse sido bem insossa.  Em maio de 1985, chegava às lojas a segunda "bolacha" do Kid Abelha, Educação Sentimental .  Uma "bolacha", diga-se de passagem, bem palatável: rocks dançantes com forte acentuação pop, baladas românticas e tudo pronto e bem embalado pra virarem hits. Assim como o primeiro álbum, Educação Sentimental  vendeu feito banana na feira. Kid abelha na primeira edição do Rock in Rio, em janeiro de 1985 Gosto de Educação Sentimental . Tenho tanto em LP como em CD. Acho um bom disco, pra mim um dos melhores trabalhos do Kid Abelha. O álbum ratifica o talento da banda em fabricar hits assim com em Seu Espião .  A inc

“O Canto da Cidade” (Columbia, 1992), Daniela Mercury

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No começo dos anos 1990, a axé music já era uma realidade. Havia revolucionado o cenário musical baiano, revelando dezenas de artistas, e criando um mercado fonográfico ativo e forte. Na virada da década de 1980 para os anos 1990, artistas e bandas de axé começavam a invadir os programas das grandes redes de TV do Brasil, através de Luiz Caldas, Chiclete com Banana, Sarajane, Banda Mel, Reflexu’s, Banda Beijo entre outros nomes. Apesar dessa “invasão baiana” no cenário nacional da música, exceto um ou outro artista ou banda, a axé music ainda vivia uma certa aura de amadorismo. Quem vai mudar essa situação é Daniela Mercury, a partir de 1991, sobretudo na postura das cantoras de axé. Até antes de Daniela, as cantoras de axé não tinham domínio das próprias carreiras. Eram reféns de empresários que ditavam o que gravar, como cantar e até como se vestir. E neste último caso, geralmente eram figurinos pavorosos. Com a chegada de Daniela, essa situação mudou. Álbum de estreia da

“Vivendo e Não Aprendendo”(Warner, 1986), Ira!

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O Ira! havia causado uma boa impressão com o seu álbum de estreia, o Mudança de Comportamento , lançado em maio de 1985. Puxado pelo hit “Núcleo Base”, Mudança de Comportamento chegou à casa das 60 mil cópias vendidas. Se não era um número tão expressivo comparado às 450 mil cópias de Nós Vamos Invadir A Sua Praia , do Ultraje A Rigor ou às 300 mil de Revoluções Por Minuto , do RPM, também lançados em 1985, por outro ajudou juntamente com esses álbuns, ao rock paulista fazer frente ao rock carioca que até aquele momento, dominavam o mainstream do cenário roqueiro nacional que vivia um momento de renovação nos anos 1980 desde o estouro da Blitz em 1982. E maio de 1986, o Ira! foi para o Rio de Janeiro onde começou a gravar o seu segundo álbum, o Vivendo E Não Aprendendo , no estúdio Nas Nuvens, de propriedade de Liminha, ex-baixista dos Mutantes e que se tornou um renomado produtor de discos. Liminha tinha até aquele momento produzido discos de artistas como Gilberto Gil, Lulu

“The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars” (RCA Victor, 1972), David Bowie

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Começo dos anos 1970. Os Beatles acabaram, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Morrison haviam “partido desta para melhor”. O sonho hippie tinha chegado ao fim. Os loucos anos 1960 agora eram coisa do passado. Com a chegada da nova década, o rock ganhava novas formatações, originava novas tendências, dentre elas o glam rock, também conhecido como glitter rock ou rock purpurina. O glam rock priorizava o visual extravagante, muita maquiagem, a alegria e a androginia. Tinha em Marc Bolan, band leader do T. Rex, e em David Bowie, os mais representativos propagadores. David Bowie na fase Ziggy Stardust, em 1972. Até 1971, David Bowie era pouco conhecido. Tinha quatro álbuns no currículo, dois deles, The Man Who Sold the World (1970) e Hunky Dory (1971) com um certo reconhecimento da crítica, porém com pouco apelo comercial. O maior sucesso de sua carreira até então era “Space Oddity”, de 1969, e assim mesmo por causa pegando carona na viagem do homem à Lua. Em The Man Who Sold t