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Mostrando postagens de maio, 2021

“A Mulher do Fim do Mundo” (Circus / Natura Musical, 2015), Elza Soares

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Por Sidney Falcão Elza Soares é um dos raros casos na história da música popular brasileira de artista que conseguiu na velhice reinventar a sua arte, renovar e ampliar o seu público. Enquanto alguns artistas ao passar dos 60 anos, se mostram repetitivos, pouco afeitos a inovações, preferindo estacionar na zona de conforto proporcionada pelas glórias do passado, Elza preferiu ousar, trilhar outros caminhos.     Desde o começo dos anos 2000, quando já havia chegado aos 70 anos de idade, Elza iniciava o seu processo de renovação criativa na sua carreira artística ao aproximar o samba e a MPB que praticava a estilos musicais mais contemporâneos como o rap, rock, reggae e música. O seu álbum Do Cóccix Até O Pescoço (2002) iniciou esse processo de transformação. Vivo Feliz (2003), o álbum seguinte, deu continuidade ao processo, porém explorando mais a fundo as batidas eletrônicas. A sintonia de Elza Soares com rap, rock e a música eletrônica, somadas á sua postura engajada a causas em

“What's Going On” – (Motown/Tamla, 1971), Marvin Gaye

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Por Sidney Falcão Na virada da década de 1960 para a de 1970, Marvin Gaye (1939-1984)  já era um artista consagrado, um dos maiores astros da música pop norte-americana, com várias canções nas paradas de sucesso e milhões de discos vendidos. Contudo, apesar da fama e do dinheiro, nem tudo eram as mil maravilhas na vida de cantor. Gaye vivenciava um sofrimento desesperador com a morte da amiga e cantora Tammi Terrell, em março de 1970, aos 24 anos, vítima de um tumor cerebral. Entre 1967 e 1969, Gaye e Tammi gravaram juntos três álbuns que fizeram um enorme sucesso. Do trabalho em dueto, nasceu uma grande amizade entre os dois. A morte da cantora abalou tanto Marvin que ele chegou a cogitar a hipótese de abandonar a carreira artística. Além do abalo emocional com a morte da amiga, Marvin Gaye se mostrava insatisfeito com a sua carreira artística, mesmo com toda a fama que havia conquistado. Gaye acreditava que tudo que havia gravado até então era irrelevante, diante das transformaçõ

“Afrociberdelia” (Chaos/Sony Music, 1996), Chico Science & Nação Zumbi

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Por Sidney Falcão Os pernambucanos da banda Chico Science & Nação Zumbi desfrutavam de prestígio graças ao aclamadíssimo álbum de estreia Da Lama Ao Caos , lançado em 1994. O disco conquistou a opinião da crítica e surpreendeu o público, que comprou 100 mil cópias do álbum. Da Lama Ao Caos abriu portas e atravessou fronteiras. Em 1995, Chico Science & Nação Zumbi levaram a nova música pernambucana para fora do Brasil através da turnê intitulada From Mud To Chaos ( Da Lama Ao Caos em inglês), que passou pela Alemanha, Suíça, Holanda, Bélgica e Estados Unidos. Na Suíça, os pernambucanos se apresentaram no legendário Festival de Montreaux. A passagem de Chico Science & Nação Zumbi pelos Estados Unidos incluiu apresentação no CBGB, em Nova York, “templo sagrado” do punk nova-iorquino que revelou Ramones, Blondie, Talking Heads e Television. Após deixarem uma ótima impressão no exterior, Chico Science & Nação Zumbi retornaram para o Brasil com a moral lá em cima. Fora

10 discos essenciais: Bob Marley & The Wailers

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Por Sidney Falcão Robert Nesta Marley nasceu em 6 de fevereiro de 1945, em Nine Mile, um vilarejo próximo à paróquia de Saint’Ann, na Jamaica. Em 1962, aos 17 anos, Bob Marley gravou o seu primeiro single, “Judge Not”. No ano seguinte, Bob Marley mais Peter Tosh, Bunny Wailer, Junior Braithwaite, Beverly Kelso e Cherry Smith, formaram os Wailing Wailers. O primeiro single do conjunto, “Simmer Down”, veio em 1964, e alcançou o 1º lugar na parada jamaicana. Braithwaite e Kelso deixam os Wailing Wailers em 1965, e um ano depois, o grupo chega ao fim. Em 1966, Bob Marley e Rita Anderson se casam, e logo se mudam para os Estados Unidos para tentar uma vida melhor, mas oito meses depois retornaram para a Jamaica. Ao retornar para a Jamaica, Marley encontra uma realidade diferente da que deixou. Depois da visita do imperador da Etiópia, Haile Selassie, à Jamaica, em abril de 1966, houve um crescimento do rastafarianismo naquela ilha. Os rastafaris acreditavam que Selassie era a reencarnaç