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Mostrando postagens de maio, 2022

“Os Rouxinhos da Bahia” (Copacabana, 1978), Trio Nordestino

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Por Sidney Falcão Musicalmente, Salvador é conhecida com a cidade da música dos trios elétricos, do samba-reggae, do afoxé e dos mais variados ritmos derivados da cultura africana. Porém, quem poderia imaginar que o Trio Nordestino, um dos mais icônicos nomes da história do forró nasceu na capital baiana? Alguém poderia jurar que o trio forrozeiro, formado em 1958 por Lindolfo Barbosa, José Pedro Cerqueira e Evaldo Santos, mais conhecidos respectivamente como Lindú (voz e sanfona), Cobrinha (triângulo) e Coroné (zabumba), surgiu em alguma cidadezinha do sertão nordestino. Muito pelo contrário, o trio foi formado em Salvador, cidade grande e litorânea. E as primeiras apresentações do trio aconteceram no Pelourinho, lugar onde pulsa a cultura afro-baiana. As apresentações daquele jovem trio de forró chamou a atenção do radialista, humorista e cantor baiano Gordurinha (1922-1969), famoso na época e que já tinha uma carreira profissional no Rio de Janeiro, mas que estava presente em Sa

“Honky Château” (DJM Records, 1972), Elton John

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Por Sidney Falcão Elton John era um astro da música em franca ascensão no começo dos anos 1970. Sua parceria com o letrista Bernie Taupin estava funcionando a pleno vapor, compondo uma infinidade de canções tal qual uma linha de montagem de uma fábrica de carros. Isso explica o fato de o cantor ter lançado entre 1969 e 1971, quatro álbuns de estúdio, um álbum ao vivo e uma trilha sonora. E isso era só o começo da projeção daquele jovem cantor no cenário pop mundial. No entanto, apesar da franca ascensão, Elton John precisava de uma canção ou de um álbum capaz de alavancá-lo para o estrelado em escala mundial. Embora fosse um álbum muito bem produzido e que trazia duas canções memoráveis como “Levon” e “Tiny Dancer”, Madman Across The Water (1971) não foi capaz de catapultar Elton John para o primeiro escalão do cenário pop internacional. Madman Across The Water não conquistou o público na época de seu lançamento, talvez por causa do seu perfil de rock sinfônico. A revista america

“Exile On Main St.” (Rolling Stones Records, 1972), The Rolling Stones

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Por Sidney Falcão No começo dos anos 1970, os Rolling Stones estavam no auge da criatividade. A banda inglesa vinha numa sequência fantásticas de álbuns impecáveis: Beggars Banquet (1968), Let it Bleed (1969) e Stick Fingers (1971). Com a saída de cena dos Beatles (encerraram as atividades em abril de 1970), os Rolling Stones disputavam com The Who e Led Zeppelin o posto de maior banda de rock do mundo em atividade. Com a fama em alta, os discos vendendo bem, shows lotados, tudo parecia ir tudo às mil maravilhas para os Stones, não fosse por um fato que foi uma verdadeira rasteira na banda. Os Stones descobriram que estavam sendo roubados pelo empresário da banda, o inescrupuloso Allen Klein (1931-2009). E o pior, descobriram simplesmente que estavam falidos. A ironia é que os Stones tinham fama, mas estavam falidos, devendo ao fisco da Inglaterra, e tudo por causa de Klein que vinha roubando a banda fazia algum tempo. Klein foi dispensado pelos Stones, mas uma disputa jurídica f

“Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets” (Polydor, 1972), Mutantes

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Por Sidney Falcão Começo dos anos 1970. Os Mutantes tropicalistas em formato de trio era coisa do passado. A banda paulista passava naquele momento por um processo de transformação que alterará desde a sua formação até a sua orientação musical. A partir do álbum A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970), os Mutantes se tornaram um quinteto ao efetivar o baixista Liminha e o baterista Dinho Leme, que já atuavam com a banda em shows e gravações, mas apenas como músicos de apoio. No campo musical, Mutantes estavam em transição. Saiam do experimentalismo psicodélico dos tempos tropicalistas para flertar com as novas tendencias do rock que estavam franca ascensão na época como o hard rock e o rock progressivo. Mesmo assim, a irreverência e o humor debochado dos tempos tropicalistas ainda se mantinham presentes nas novas canções da banda. A transformação que a banda vivenciava passava também pelo modo de convivência entre os seus integrantes. Sob total influência da filosofia hip