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Mostrando postagens de agosto, 2019

“A Panela do Diabo” (Warner, 1989), Raul Seixas e Marcelo Nova

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Por Sidney Falcão Na segunda metade dos anos 1980, Raul Seixas (1945-1989) estava em completa decadência artística. Atravessava por uma situação financeira terrível e por problemas de saúde agravados pelo vício no álcool e drogas. Raul estava desacreditado por jornalista e empresários do meio artístico. A possibilidade de Raul morrer esquecido e na miséria era quase certa. No entanto, sua parceria com Marcelo Nova - baiano de Salvador como ele - evitou que o mais expressivo astro do rock brasileiro tivesse um final de vida engolido pelo esquecimento. Essa parceria havia rendido uma turnê de 50 shows e um álbum, o A Panela Do Diabo , lançado dois antes da morte de Raul, em agosto de 1989. Mas para entender como se deu esse encontro de dois roqueiros provocadores e irreverentes, é necessário voltar no tempo, até o ano de 1984, quando Raul Seixas e Marcelo Nova se encontraram pela primeira vez. Naquele ano, Raul havia ido ao Circo Voador, no Rio de Janeiro, assistir ao show

10 discos essenciais: Elton John

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Por Sidney Falcão Cantor, compositor e pianista, Elton John é um dos mais bem sucedidos artistas da música mundial em todos os tempos. Ao longo de sua carreira, vendeu mais de 300 milhões de discos em todo o mundo, e conquistou vários prêmios dentre os quais cinco prêmios Grammy, cinco Brit Awards, um Oscar e um Globo de Ouro. Ao lado do parceiro Bernie Taupin, compôs canções que aliam beleza melódica, arranjos muito bem construídos e apelo comercial como “Daniel”, “Goodbye Yellow Brick Road”, “Rocket Man”, “Skyline Pigeon” e “Tiny Dancer”. O auge da carreira de Elton John foram os anos 1970, quando alcançou uma popularidade internacional gigantesca, marcada por uma fileira de canções nas paradas de sucesso, alta vendagem de discos, extensas turnês com arenas e estádios lotados em todo o mundo. Naquele período, Elton John costumava se apresentar nos seus concertos vestindo figurinos extravagantes e óculos extremamente exagerados e esquisitos. Tanta exposição, tanta fama, e

“Caetano Veloso” (Philips, 1969), Caetano Veloso

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Por Sidney Falcão 13 de dezembro de 1968. O então presidente do Brasil, Artur Costa e Silva (1899-1969), o segundo do período da Ditadura Militar, sanciona o temível Ato Institucional Nº 5 , mais conhecido como AI-5 . O ato dava plenos poderes ao governo ditatorial para dissolver o Congresso Nacional, cassar mandato de parlamentares, promover intervenções em estados e municípios, suspender habeas corpus, censurar previamente músicas, filmes, peças teatrais, programas de TV e jornais impressos. Em um curto espaço de tempo, políticos tidos como opositores ao regime, artistas e intelectuais foram presos, uma verdadeira “caça às bruxas”. O movimento tropicalista, que tinha em Caetano Veloso e Gilberto Gil seus dois maiores expoentes, fazia algum tempo, vinha se tornando um incômodo para o governo ditatorial. A postura contestadora e provocativa dos dois baianos, mais os seus companheiros de movimento, estava na alça de mira dos militares. Prender Caetano e Gil era uma questã