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“Babilônia” (Som Livre,1978), Rita Lee & Tutti Frutti

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Por Sidney Falcão Embora tivesse alcançado o status de estrela de primeira grandeza no rock brasileiro, Rita Lee (1947-2023) vivenciava uma relação tensa com a sua banda de apoio, a Tutti Frutti. Desde a entrada do guitarrista e tecladista Roberto de Carvalho na banda, em 1977, com quem Rita iniciara um romance no anos anterior, a relação profissional entre a cantora e o guitarrista solo Luiz Carlini , cercou-se de muita tensão, gerando muitos desentendimentos. Carlini sentia-se preterido por Rita Lee na condução musical da banda. Com a chegada de Roberto de Carvalho, sutilmente a sonoridade da Tutti Frutti começou adquirir uma acentuação pop, afastando-se da orientação roqueira que caracterizou a banda. Como se isso não bastasse, Rita Lee e Roberto de Carvalho viviam um romance que culminaria numa relação conjugal mais série com o nascimento do primeiro filho do casal, Beto Lee, em março de 1977. Rita Lee vinha se recuperando de uma outra situação difícil que foi a sua prisão,

"Forever Changes" (Elektra,1967), Love

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Por Sidney Falcão O ano de 1967 foi bastante rico em lançamento de álbuns psicodélicos , alguns deles, os mais icônicos do gênero, como Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Beatles), The Piper At The Gates Of Dawn (Pink Floyd) e Are You Experienced (The Jimi Hendrix Experience). A concorrência para quem se aventurou em lançar um álbum nesse seguimento, simplesmente não foi fácil. O sarrafo estava lá em cima. Talvez por causa dessa concorrência acirrada ou por não ter um apelo comercial tão intenso, Forever Changes , terceiro álbum de estúdio da banda americana Love, só tenha conquistado prestígio ao longo das décadas após seu lançamento. A história da Love começa em 1964, em Los Angeles, quando Arthur Lee (1945–2006), inspirado na sonoridade folk rock dos Byrds, decide montar uma banda de rock, cujo nome era The Grass Roots. Porém, já havia uma banda com esse mesmo nome, Arthur Lee rebatizou o nome de sua banda para o singelo nome Love. Com a formação de Arthur Lee (vocal,

"Siga-me" (EMI-Odeon,1985), Vinícius Cantuária

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Por Sidney Falcão Vinícius Cantuária havia se tornado conhecido do grande público através da canção "Só Você", que faz parte de Sutis Diferenças , o terceiro da carreira co cantor amazonense. De sua autoria, "Só Você" foi uma das músicas de maior sucesso no Brasil em 1984, e mostrou para o cantor que a sua incursão no pop rock foi positiva, após os dois primeiros albuns voltados para a MPB, mas que tiveram pouca repercussão.   Para o seu quarto álbum, Cantuária decidiu repetir a dose prosseguindo na linha pop rock. Intitulado Siga-me , o álbum no entanto possui algumas "sutis diferenças" em relação ao seu antecessor. Enquanto Sutis Diferenças é calcado em sintetizadores e bateria eletrônica, em Siga-me os sintetizadores são meros coadjuvantes, as guitarras, bateria e baixo têm um papel um pouco mais destacado. Bateria eletrônica é inexistente. Produzido por Mayrton Bahia, Siga-me conta com participações de figuras ilustres como Caetano Veloso e Dulce

"À Flor da Pele" (EMI–Valentim de Carvalho,1981), UHF

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Por Sidney Falcão A década de 1970 representou para Portugal uma transição crucial, tanto no âmbito político quanto cultural. O estopim dessa mudança foi a Revolução dos Cravos, desencadeada em abril de 1974 que pôs fim a 41 anos de regime autoritário do Estado Novo em Portugal. Esse período de metamorfose em direção à democracia também abriu espaço para uma efervescência cultural, especialmente na música. Foi nesse caldo de transformações que o rock português passou por um processo de renovação e fez surgir um nova geração de bandas e cantores do gênero como Rui Veloso, Xutos & Pontapés, GNR, Taxi, Trabalhadores do Comércio entre outros nomes. Dessa geração renovadora do rock português também fez parte a banda UHF, que trouxe em suas canções letras muitas vezes imersas em questões sociais e políticas. A história da UHF começou em 1977, na cidade de Costa de Caparica, em Almada, Portugal, quando António Manuel Ribeiro (voz e guitarra), Carlos Peres (baixo) e Alfredo Antunes (