10 discos essenciais: Britpop


O Britpop foi um movimento musical surgido no Reino Unido no começo dos anos 1990. Foi uma espécie de resposta ao peso e à crueza do grunge norte-americano que naquele momento, era a grande sensação do rock mundial. Enquanto o Britpop despontava, o grunge comelava a fazer a sua curva descendente, que se assentuou com a morte de Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, ícone do grunge, em 1994. Se a primeira metade da década de 1990 foi dominada pelo grunge, a segunda metade pasou a ser do grunge.

O termo “Britpop” é uma abreviação de pop britânico, e foi cunhado pela imprensa musical inglesa para a rotular uma nova geração de banda britâncas que começava a ganhar projeção no cenário roqueiro inglês no começo dos anos 1990, após o declínio do Madchester, um movimento musical originário de Manchester que teve o seu auge no final dos anos 1980 que revelou bandas importantes como Stone Roses, Happy Mondays, Spíral Carpets entre outras. Apesar da vida breve, o Madchester seria uma das influências do Britpop.

Dentre as caracteríticas do Britpop canções supermelódicas muito bem articuladas com as camadas de guitarras, o uso e abuso dos refrões, influência de rock inglês de meados dos anos 1960, especialmente Beatles, The Who e The Kinks, o glam rock de David Bowie e T.Rex, o punk britânico dos anos 1970, e referências mais recentes daquele momento como The Smithes e o já citado movimento Maschester.

O Britpop revelou uma safra de bandas que coquistou as paras de sucesso mundial, dentre as quais Oasis, Blur, The Verve, Pulp, Suede, entre outras tantas bandas. Até mesmo uma rivalidade dentre os dois maiores ícones do Britpop, o Oasis e o Blur, cuja troca de farpas entre os irmãos Liam e Noel Gallagher, do Oasis, o vocalista do Blur, ganharam as capadas de revistas e jornais ingleses e da imprensa mundial. O Britpop não era mais uma tendência alternative, havia ganhado asas e conquistador o mundo.

Como todo movimento ou modismo, o Britpop encontrou o seu cedclío no final dos anos 1990. A partir, uma nova levada de bandas britâncias começava a ganhar expressão e a conquistar público como Coldplay, Travis, Stereophonics, Keane e demais bandas.

The Stone Roses (Silvertone 1989), The Stone Roses. Originários de Manchester, os Stone Roses eram a ponta da lança de um movimento daquela cidade inglesa batizado de "Madchester" e que trazia a reboque outras bandas de lá como Happy Mondays, Inspiral Carpets entre outras. O movimento era calcado numa sonoridade que misturava rock alternativo, dance music, pop eletrônico e o psicodelismo dos anos 1960. O autointitulado álbum de estreia dos Stones Roses alçou a banda inglesa ao estrelato do rock mundial e emplacou como hits “I Wanna Be Adored e “She Bangs The Drums”, e alcançou a marca de 4 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Durante o período 1989/1990, os Stone Roeses foram os “queridinhos” da imprensa musical britânica. Após tanta exposição, saíram de cena e voltaram com o segundo álbum em 1993, mas desta vez a realidade do rock mundial era outra. Mesmo assim, as bases para o que o que viria a ser o britpop já haviam sido lançadas com o álbum de estreia dos Stone Roses. 


Bandwagonesque (Creation Records, 1991), Teenage Funclub. Terceiro álbum da banda escoecesa Teenage Funclub, Bandwagonesque, é considerado um trabalho precursor do britpop. Bandwagonesque trouxe elementos que ajudariam a formatar a musicalidade do britpop como os refrões grudentos, um som sujo e ao mesmo tempo melódico e a valorização do formato canção. O álbum foi eleito pela revista Spin o “Álbum do Ano”, superando o revolucionário Nevermind, do Nirvana. As faixas “The Concept”,”Star Sign” e “Is The Music?” e “Pet Rock” foram os hits de Bandwagonesque.


Suede (Nude Records, 1993), Suede. A banda inglesa Suede já era saudada coo grande sensação antes mesm de lançar este seu homônimo álbumde estreia por causa do primeiro single da banda, “The Drowners”, lançado em 1992.  Suede, o álbum, estreou em primeiro lugar na parade de álbuns do Reino Unido, e trazia em suas faixas, canções com letras carregadas de conotação sexual e de influências do glam rock dos anos 1970, principalmente de David Bowie e T.Rex. Vale destacar os vocais de Brett Anderson se assemelham no estilo de canto de Bowie em sua fase glam. A androginia da banda e bissexualidade de Anderson se mostram presents não só nas letras das canções do álbum, mas também na capa que traz um casal gay se beijando. Destaque para as faixas “Animal Lover”, “Metal Mickey”, “Animal Nitrate” e “So Young”.


Parklife (Food, 1994), Blur. A banda Blur passava por uma crise financeira quando lançou o seu terceiro álbum, Parklife, em 1994. O ótimo desempenho comercial do álbum salvou a carreira da banda liderada pelo vocalista Damon Albarn. A crítica teceu vários eleogios ao trabalho que alcançou o 1° lugar da parade de álbuns do Reino Unido e o 6º lugar da Billboard Top Heatseekers, nos Estados Unidos. Apoiado em sucessos como “Girls 7 Boys”, “End Of A Century”, “To tne End” e “This Is A Low” e a faixa-título, e com mais de 1 milhão de cópias vendidas, Parklife fez do Blur um dos expoentes do britpop.


Elastica (Deceptive, 1995), Elastica. A banda inglesa Elastica foi fundada em 1992 por Justine Frischmann, após deixar a Suede. Na época, a vocalista era namorada de Damon Albarn, vocalist do Blur. O primeiro e homônimo álbum da Elastica foi lançado em 1995 mostra canções rápidas e curtas, e um sonoridade em que se percebe bastante a influência da new wave e do punk dos anos 1970. A recepção do álbum por parte da imprensa foi bastante positiva. No entanto, a banda foi acusada de plagiary a música de outros artitas. “Waking Up” foi considerada um plágio de “No More Heroes”, do The Stranglers, enquanto que “Connection” seria plagiada de “Three Girl Rhumba” do Wire. Apesar das aucsações, o álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias e alcançou o posto de número 1 da parade de álbuns do Reino Unido.


I Should Coco (Parlophone,1995), Supergrass. O Supergrass surgiu na onda do Britpop trazendo o humor, a irreverência e o espírito juvenil através das suas canções e na postura dos seus integrantes. Todas essas qualidades estão presentes em I Should Coco, álbum de estreia do quartet inglês. O título refere-se ao Café Coco, um bar de Oxford, onde os membros do Supergrass costumavam se encontrar. A principal faixa do álbum, “Alright”, fez a banda alcançar uma grande popularidade internacional e fez I Should Coco atingir a marca de 1 milhão de cópias em todo um mundo. “Lenny” e “Caught By The Fuzz” foram os outros dois hits de I Should Coco.


The Bends (Parlophone, 1995), Radiohead. Após o álbum de estreia, Pablo Honey, de 1993, muito influenciado pelo grunge, o Radiohead muda de rumo musicalmente em 1995 no seu segundo trabalho, The Bends, no qual a banda se aproxima do britpop que naquele momento, vivia o seu ápice. The Bends é recheado de hits como “Fake Plastic Trees”, “Just”, “Street Spirit (Fade Out)” e “High And Dry”, e fez o Radiohead ganhar grande espressão no rock mundial. Mas o flerte do Radiohead com o Britpop durou pouco: a partir do álbum seguinte, Ok Computer, de 1997, a banda liderada por Thom Yorke mudaria de rumo mais uma vez, agora seguindo em direção ao experimentalismo, adotando inclusive recursos da música eletrônica.


Different Class (Island, 1995), Pulp. A banda Pulp foi fundada em 1978 pelo vocalista Jarvis Cocker que na época tinha apenas 15 anos de idade, na cidade Sheffield, Inglaterra. Durante os anos 1980, o Pulp lançou apenas dois álbuns It (1983) e Freaks (1987). Seguiram-se os álbuns Separations (1991) e His’n’Hers (1994). Mas foi com o quinto álbum, Different Class, de 1995, que o Pulp alcançou a tal desejada fama e firmou-se como uma da principais bandas do britpop. “Common People” e “Something Changed” foram os grande sucessos do álbum, que em 1996, conquistou o prêmio Mercury Music Prize.


(What’s The Story) Morning Glory? (Epic, 1995), Oasis. Com o seu álbum de estreia, Definitely Maybe, o Oasis já havia mostrado ao mundo a que veio. Mas foi com o seu segundo álbum, (What’s The Story) Morning Glory? que a banda liderada pelos irmãos Noel e Liam Gallagher conquistaram o topo do mundo rock. (What’s The Story) Morning Glory? fez um enorme sucesso: foi 1º lugar na para de álbuns do Reino Unido e 1º lugar na Billboard 200, nos Estados Unidos. O álbum emplacou hits como “Don’t Look Back In Anger”, “Roll With It”, “Some Might Say” e “Champagne Supernova”. Mas a grande canção de (What’s The Story) Morning Glory? é “Wonderwall”, que se tornou o maior sucesso da carreira do Oasis e ajudou ao álbum vender mais de 22 milhões de cópias em todo o mundo.  Não seria exagero afirmar que (What’s The Story) Morning Glory?  é o principal álbum do britpop.


Urban Hymns (Hut Records, 1997), The Verve. Após o Segundo álbum, A Nothern Soul, de 1995, o The Verve se separou. Mas logo o seu vocalist, Richard Ashcroft, reformulou a banda, e sob nova formação, lançou em 1997 o seu terceiro álbum, Urban Hymns. Com ele, o The Verve alavancou a sua carreira e conquistou o estrelato, graças ao à faixa “Bitter Sweet Simphony”, que entrou para as principais paradas de sucesso do planeta. A música chegou a ser indicada ao prêmio Grammy na categoria “Melhor Canção de Rock”. Além de “Bitter Sweet Simphony”, outras faixas como “Lucky Man”, “Sonnet” e “The Drugs Don’t Work” fizeram sucesso e ajudaram a Urban Hymns alcançar a marca de 10 milhões de cópias vendidas. 

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