“Thriller” (Epic/CBS, 1982), Michael Jackson
Por Sidney Falcão
O sucesso do álbum Off The Wall, lançado em 1979, havia transformado Michael Jackson num astro pop de primeira grandeza. Além de ter vendido milhões de cópias, o álbum proporcionou vários prêmios ao cantor. Naquele momento, Michael se dividia entre a carreira solo, agora em ascensão, com a carreira como vocalista dos Jacksons, banda que também crescia a cada álbum desde que deixou de ser um grupo pop adolescente em meados dos anos 1970 partindo para um som mais adulto e dançante.
No entanto, apesar da visibilidade tanto na carreira solo quanto
como membro dos Jacksons, Michael ainda se mostrava insatisfeito. Ele se sentia
injustiçado, pois acreditava que o sucesso de público alcançado com Off
The Wall merecia uma atenção maior por parte da grande mídia. Um pedido
seu à revista Rolling Stone para ser
matéria de capa foi negado porque segundo a publicação à época, negros em capas
de revista não vendem. Ficou evidente para Michael que a questão racial era o
grande entrave. A partir dali, o Michael Jackson jurou que o seu próximo álbum
seria impecável, superior ao anterior e que faria um sucesso tão grande que
todos iriam lhe implorar por uma entrevista.
Enquanto Off The Wall seguia fazendo sucesso
comercial, Michael mantinha o seu compromisso com os seus irmãos nos Jacksons.
Em 1980, a banda lançava Triumph que emplacou os hits “Can
You Feet It” e “Love One”, alcançando a marca de 1 milhão de cópias vendidas.
No ano seguinte, seguiram com a turnê Triumph
Tour onde os Jackons tocaram não só os seus sucessos como também os do
álbum solo de Michael, Off The Wall. Alguns shows foram
registrados e lançados no álbum duplo The Jacksons Live!, no final de
1981, vendendo mais de 2 milhões cópias.
Michael Jackson (primeiro à direita) com os irmãos num show da Triumph Tour, em 1981. |
Após os compromissos com os Jacksons, Michael agora decide
por o seu plano em prática: o de fazer um novo e surpreendente álbum. Para
começar, Michael decidiu repetir a parceria com o produtor Quincy Jones,
responsável pela produção de Off The Wall. Cercou-se novamente de
músicos de alto nível que haviam participado das gravações de Off
The Wall como os tecladistas Rod Temperton, David Foster e Greg
Phillinganes, o baixista Louis Johnson, o percussionista brasileiro Paulinho da
Costa, os músicos da banda Toto como o guitarrista Steve Lukather, o tecladista
Steve Porcaro e o baterista Jeff Porcaro, e mais outras dezenas de
profissionais renomados. Michael Jackson e Quincy Jones reuniram 30 músicas, e
dessas, selecionaram nove para entrar no novo álbum.
Com um orçamento estimado em 750 mil dólares, o processo de
gravação do novo álbum começou em abril de 1982, nos estúdios Westlake
Recording, em Los Angeles, Estados Unidos. A obstinação de Michael Jackson e de
Quincy Jones na produção de um álbum pop perfeito gerou um estado de tensão
entre os dois. Mas no final, acabou tudo se resolvendo.
O engenheiro de som Bruce Swedien e o produtor Quincy Jones no processo de mixagem do álbum Thriller. |
Em 18 de outubro de 1982, era lançado o single de “The Girl
Is Mine”, o primeiro do novo álbum que estava em fase de finalização. A canção,
um dueto de Michael Jackson com o ex-beatle Paul Mc Cartney, teve o seu single
alcançando o 1º lugar da parada da Billboard
Hot 100, nos Estados Unidos e 8º lugar na parada de singles do Reino Unido.
Apesar do bom desempenho comercial, a recepção foi um tanto quanto “morna”, já
que Michael vinha de uma álbum dançante como Off The Wall, logo
imaginava-se como primeira música de trabalho do novo álbum algo mais impactante
e agitado, e não uma canção pop romântica “açucarada”.
Finalmente, em 30 de novembro de 1982 o álbum Thriller,
sucessor de Off The Wall chega às lojas. Thriller apoia-se numa
base bem equilibrada de pop, funk, R&B, rock e baladas românticas, uma
receita infalível para um álbum que pretendia ser acessível e agradar as
massas. Era justamente isso que Michael queria para o seu novo disco: um
trabalho que fosse capaz conquistar e superar o seu álbum anterior, e
alcançasse um nível de popularidade que o transformasse num astro maior do que
ele já era, dando assim a resposta para aqueles setores da imprensa musical que
teriam tratado com desdém o seu êxito com Off The Wall. Para tanto, Michael se empenhou como nunca
para gravar um álbum pop perfeito, desde a seleção de repertório até a produção
do disco, passando por novas coreografias e novidades que o astro estava
preparando para pegar todos de surpresa.
Paul McCartney e Michael Jackson: dueto em 'The Girl Is Mine", primeira música do álbum Thriller a ser divulgada. |
Thriller apresenta em suas faixas uma tendência à época de
álbuns de R&B que lançavam mão do emprego cada vez maior de sintetizadores
e programações eletrônicas. Ainda assim, havia uma combinação do uso desses
recursos com os instrumentos tradicionais como baixo, guitarra, bateria e
metais.
Quem havia se frustrado com a balada “The Girl Is Mine” como
primeira música de trabalho do novo álbum esperando que fosse algo parecido com
petardos dançantes como “Don't Stop 'Til You Get Enough” ou “Rock With You”,
ambos de Off The Wall, foi positivamente surpreendido com a faixa de
abertura de Thriller, “Wanna Be Startin' Somethin'”. A música é um funk
“arrasa-quarteirão” que não deixa pedra sobre pedra e nenhuma pista de dança
vazia. Se Michael queria surpreender com o novo trabalho, escolheu a música
certa para abrir o álbum. “Wanna Be Startin' Somethin'” possui uma linha de
baixo robusta e furiosa, a cargo do talentosíssimo baixista Louis Johnson, muito
bem combinada com a bateria programada que produz uma levada rítmica hipnótica
e irresistível. Além do baixo, o naipe de metais dá o toque mais orgânico à
música em meio às bases eletrônicas.
Uma curiosidade nessa música é a presença discreta de um
instrumento bastante conhecido dos brasileiros: a cuíca. Ela se faz presente em
alguns momentos da música e é executado pelo percussionista brasileiro Paulinho
da Costa, músico que tem uma carreira sólida nos Estados Unidos e que já tocou
com os maiores astros da música pop internacional. Outra curiosidade é que ao
final da música a expressão que se ouve repetidas vezes “Ma ma se, ma ma sa, ma ma coo sa", foi tomada emprestada da
música “Soul Makossa”, do saxofonista camaronês Manu Dibango, e que fez um
grande sucesso em 1972.
Paulinho da Costa: percussão brasileira no álbum Thriller. |
A segunda faixa do álbum, “Baby Be Mine”, começa com uma
virada de bateria magistral executada pelo baterista Leon Chancler e que remete
à introdução de “Rock With You”, do álbum Off The Wall.
“The Girl Is Mine”, primeira música de Thriller a ser divulgada,
é a terceira faixa do álbum. Michael faz dueto com Paul McCartney cantando uma
canção sobre dois amigos que disputam o amor de uma mesma garota. O dueto deu
tão certo que Michael e Paul gravaram mais duas músicas juntos, “Say,Say,Say” e
“The Man”. Ambas foram incluídas em Piper Of Peace, álbum de Paul
lançado em 1983.
Encerrando o lado A, a música que dá nome ao álbum,
“Thriller”. A base musical da faixa guarda resquícios da batida rítmica da disco
music mesclados com funk. “Thriller” possui uma linha de baixo bastante
influenciada pela da música “Give It To Me Baby”, funk disco de Rick James, do
álbum Super Freak, de 1981. Na introdução de “Thriller”, um ranger de
porta, passos, sons de trovão e uivos de lobo dão um clima de suspense à música
e preparam o ouvinte para o que está por vir na música. Composta por Rod
Temperton, a letra de “Thriller” tem todos os clichês dos filmes clássicos de
terror. Baseado nisso, foi produzido um videoclipe com porte de curta metragem
(pouco mais de 14 minutos) e uma linguagem estética totalmente cinematográfica.
No videoclipe, Michael contracena com a atriz Ola Ray, se transforma em
lobisomem e dança acompanhado por um grupo de zumbis, numa das mais marcantes coreografias
em videoclipes da história da cultura pop. “Thriller” encerra com narração e
gargalhada macabra de Vincent Price (1911-1993), ator que se consagrou em
filmes de terror e suspense nos anos 1940 e 1950.
Vincent Price: o astro dos filmes de terror fez a voz macabra em "Thriller". |
Assim como o lado A, o lado B de Thriller começa também de
maneira surpreendente, desta vez com um rock. Composta por Michael Jackson,
“Beat It” foi como um desafio para o astro adentrar num gênero que não é seu habitat natural. No entanto, Michael foi
brilhante, surpreendendo até mesmo o público tradicional de rock. O grande
destaque de “Beat It” é Eddie Van Halen, guitarrista da banda Van Halen que faz
um solo de guitarra fantástico. Contudo, vale destacar também o desempenho dos
outros músicos em “Beat It” como o baterista Jeff Porcaro, e os guitarristas
Steve Lukather e Paul Jackson Jr. que fizeram a “parede” sonora de guitarras
dando uma “musculatura” necessária para que a música tivesse o peso e a
agressividade tão comuns numa base instrumental de rock. Os riffs de guitarra de “Beat It” foram criados
por Lukather assim como foi ele quem tocou baixo. Lukather é um velho conhecido
de artistas da música brasileira, são dele os solos de guitarra de “Realce”, de
Gilberto Gil, e de “On The Rocks”, de Rita Lee.
“Beat It” ganhou videoclipe, onde Michael aparece para
pacificar duas gangues através da dança. Assim como o videoclipe de “Thriller”,
o de “Beat It” possui coreografia coletiva e fez muito sucesso, inaugurando a
tendência das coreografias em grupo nos videoclipes de música pop.
Eddie Van Halen: solo de guitarra espetacular em "Beat It". |
A faixa seguinte, “Billie Jean”, começa com uma longa e
cuidadosa introdução com uma bateria seca e reta, seguida depois por uma linha
de baixo pulsante e envolvente, mais uma bela contribuição do baixista Louis
Johnson. “Billie Jean” trata sobre uma garota que tem uma fixação por um homem,
o qual ela insiste em dizer que é pai de seu filho. A música seria
autobiográfica, pois Michael teria feito a música inspirado nas histórias das groupies que tinham aventuras sexuais
com os seus irmãos durante as turnês dos Jacksons.
“Billie Jean” tornou-se popular não somente pela música em
sim, mas também pelo seu videoclipe, onde Michael estrela num traje bem
elegante e é perseguido por um paparazzi.
Além da coreografia, outro ponto marcante do videoclipe é que quando Michael
caminha, a calçada acende, e o que quer ele toque, se ilumina.
Michael Jackson em cena do videoclipe de "Billie Jean". |
Depois de duas faixas dançantes, a suave e romântica “Human
Nature”. Calma e melódica, sustentada por camadas de sintetizadores, “Human
Nature” trata de sonhos e desejos, tendo a paisagem noturna de uma grande
cidade como cenário. Michael canta de maneira sussurrada e sensual.
O funk disco “P.Y.T.(Pretty Young Thing)” é mais uma faixa
dançante de Thriller. A partir do meio da faixa, uma linha de percussão dá
um tempero especial enriquecendo a base instrumental da música. Merece destaque
a participação de Janete Jackson e La Toya Jackson fazendo os vocais de apoio.
Contrastando com o começo frenético e dançante do início do
álbum, a balada “The Lady In My Life” encerra Thriller de maneira
tranquila e carregada de muito romantismo. Na reta final da canção, Michael
expõe todo o seu talento como um intérprete, alternando a maneira de cantar,
entre o suave e o intenso.
A recepção de Thriller superou todas as
expectativas. O álbum revelou-se o maior fenômeno comercial da história da
indústria fonográfica. Thriller gerou sete singles, “The
Girl Is Mine”, “Billie Jean”, “Beat It”, “Wanna Be Startin' Somethin’”, “Human
Nature”, “P.Y.T. (Pretty Young Thing)” e “Thriller”, todos com ótimos
desempenhos nas paradas de singles dos Estados Unidos.
O baixista Louis Johnson: presente no álbum Off The Wall, retornou em Thriller. |
Porém, sem sombra de dúvidas, além da qualidade artística do
álbum, outro fator que contribui de maneira decisiva para o sucesso comercial
de Thriller
foram os videoclipes de “Billie Jean”, “Beat It” e “Thriller”. Michael enxergou
nesse tipo de linguagem de expressão uma forma eficiente de divulgar o seu
trabalho. É evidente que não que essa linguagem na era uma novidade para o cantor,
já que para o álbum Off The Wall, ele já havia produzido dois vídeo clipes (“Don't
Stop 'Til You Get Enough” e “Rock With You”). Mas eram videoclipes de baixo
orçamento, apesar de eficientes. Ele queria surpreender o público, fazer algo
diferente, impactante visualmente, e isso fazia parte do seu plano para
conquistar o reconhecimento, tornar-se um astro respeitadíssimo e dar a
resposta àquela parcela da crítica musical que viu com desdém o sucesso de Off
The Wall.
Com a ajuda da gravadora, Michael investiu pesado nos três
videoclipes que ganharam um caráter cinematográfico, principalmente o da faixa
“Thriller”, que contou com a direção de John Landis, o mesmo diretor do filme Um Lobisomem Americano Em Londres, de
1981. Tanto no videoclipe de “Thriller” quanto no de “Beat It”, a direção de
coreografia foi de responsabilidade do coreógrafo Michael Peters (1948-1994).
Peters chegou a participar do videoclipe de “Beat It” como o líder de uma das
gangues: ele é o sujeito vestido de branco, de óculos escuros e cara de mau. Ambos
os videoclipes estabeleceram a coreografia coletiva nos videoclipes como um
padrão, uma receita que seria seguida a partir de então por todos os astros pop
que tinham a dança como uma de suas formas de expressão como Madonna, Britney
Spears, Lady Gaga entre tantos outros. E isso, se deve a Michael Jackson.
Cena do videoclipe de "Beat It": além de elaborar a coreografia, o coreógrafo Michael Peters (de branco à esquerda) também participou do videoclipe como chefe de uma das gangues. |
Mas para que os videoclipes de “Billie Jean”, “Beat It” e
“Thriller” ganhassem projeção midiática, Michael teve que enfrentar a
resistência da MTV norte-americana, canal a cabo inaugurado em 1981 e que
rapidamente havia conquistando um grande público jovem. Era o principal veículo
televisivo dedicado exclusivamente à música. A emissora até então, só exibia
videoclipes de artistas brancos. Michael conseguiu furar a barreira racial da
emissora com o apoio da gravadora CBS. A exibição dos seus videoclipes se
tornou um fenômeno de audiência na emissora. O videoclipe de “Thriller” chegava
a ser exibido duas vezes a cada hora devido aos inúmeros pedidos dos
telespectadores. Michael não só conseguiu abrir espaço para si, como também
para todos os outros artistas negros. Foi uma grande vitória contra o racismo.
A qualidade das canções e os videoclipes de “Billie Jean”,
“Beat It” e “Thriller”, impulsionaram as vendas do álbum e transformaram
Michael Jackson num astro da música como não se via desde Elvis Presley nos
anos 1950. Thriller fez de Michael um fenômeno pop de escala mundial,
batendo recordes de vendas de discos em vários países, empilhando discos e mais
discos de ouro e platina. Aquela parcela da crítica que o tratou com desdém na
época de Off The Wall, o via agora como um “semideus” pop. Michael
passou a estampar as principais capas de revista do planeta e a emplacar boa
parte das faixas de Thriller nas principais paradas de sucesso do mundo.
Michael Jackson cercado por zumbis no videoclipe de "Thriller". |
O ano de
1983, por exemplo, foi o ano de Michael Jackson. Ele era talvez a figura mais
popular do planeta naquele momento. Naquele ano, durante a festa dos 25 anos da
Motown, que reuniu astros daquela gravadora e também ex-contratados, Michael fez
uma apresentação antológica quando cantou “Billie Jean” e fez o passo moonwalker, levando ao delírio o público
presente ao evento e os milhões de espectadores norte-americanos que viram tudo
em casa pela TV. A gravadora CBS gentilmente liberou Michael e os Jacksons para
se apresentarem na gravadora onde começaram a carreira.
As vendas estratosféricas de Thriller fizeram o álbum
entrar no Guiness Book (o livro dos
recordes) em 1984 como o álbum mais vendido de todos os tempos com a marca de
40 milhões de cópias vendidas até então. Estima-se que até o momento, Thriller
já superou o índice dos 100 milhões de cópias vendidas em todo o mundo,
uma marca que dificilmente será superada. Além dos altíssimos índices de
vendagem, Thriller é reconhecido também pelos muitos prêmios que
conquistou. Em 1984, conquistou oito prêmios Grammy, dentre os quais “Álbum do
Ano”, “Melhor Performance Vocal Pop Masculino” e “Melhor Canção de R&B”(por
“Billie Jean”).
Michael Jackson e o produtor Quincy Jones na premiação do Grammy, em 1984. |
No decorrer dos anos após o sucesso do álbum Thriller,
Michael esteve envolvido em outros projetos. Ainda em 1984, Michael gravou o
último álbum como membro dos Jackons, Victory, que foi sucedido por uma
grande e bem produzida turnê, a Victory
Tour. Em 1985, juntamente com Lionel Ritchie e o produtor Quincy Jones, Michael
criou o projeto USA For Africa que
reuniu os maiores astros da música norte-americana para a gravação de um álbum
cujo lucro seria revertido para combater a fome da Etiópia. A canção “We Are
The World” composta por Michael e Ritchie, reuniu mais de 40 astros da música
dos Estados Unidos como Cyndi Lauper, Bob Dylan, Diana Ross, Stevie Wonder,
Madonna, Ray Charles, Bruce Springsteen dentre outros.
Michael só lançaria um novo álbum solo em 1987, cinco anos
após Thriller.
O álbum Bad foi cercado de muitas expectativas, e que apesar de não ter
tido o mesmo impacto de Thriller, teve um bom desempenho
comercial. A partir de Bad, suas esquisitices e
excentricidades se acentuaram. Sua vida particular passou a ser mais exposta
desde o problema de vitiligo a até acusações de pedofilia.
Mesmo assim, é inegável o legado a influência da arte de
Michael Jackson sobre os artistas pop contemporâneos como Bruno Mars e Justin
Timberlake. É possível notar no trabalho deles influências da música Michael,
sobretudo dos seus discos Off The Wall e Thriller.
Faixas
Lado A
- “Wanna Be Startin' Somethin'” (Michael Jackson)
- “Baby Be Mine” (Rod Temperton)
- “The Girl Is Mine” (Jackson), participação especial Paul McCartney
- “Thriller” (Temperton – Jackson) participação especial Vincent Price
Lado B
- “Beat It” (Jackson), participação especial de Eddie Van Halen
- “Billie Jean” (Jackson)
- “Human Nature” (Steve Porcaro - John Bettis)
- “P.Y.T. (Pretty Young Thing)” (James Ingram- Quincy Jones)
- “The Lady In My Life” (Temperton)
Ouça o álbum Thriller na íntegra
"Billie Jean" (videoclipe original)
"Beat It" (videoclipe original)
"Thriller" (videoclipe original)
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