10 discos essenciais: Hard rock


Também conhecido vulgarmente como “rock pauleira”, o hard rock surgiu na segunda metade dos anos 1960. Ele foi basicamente uma aceleração do blues rock praticado por bandas da época como Cream e The Jimi Hendrix Experience, por exemplo, bem como tem suas raízes ligadas a bandas inglesas de rock de garagem de meados dos anos 1960 como The Kinks, que já exploravam um som mais sujo e agressivo.

O hard rock caracterizou-se pelo seu ritmo básico e pesado, o som potente e hiper-amplificado, guitarras distorcidas e canto berrado. Dentre as bandas precursoras de hard rock estão Blue Cheer, Vanilla Fudge e Iron Butterfly. Mas foi através do Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath que na virada da década de 1960 para a década de 1970, o hard rock ganhou popularidade e abriu um mercado muito importante para o rock pesado. A partir dali, o hard rock exerceria muita influência para o surgimento no começo dos anos 1970 de uma das mais importantes vertentes do rock: o heavy metal. Porém, isso não significou o seu desaparecimento. O hard rock influenciou outros subgêneros como arena rock e o glam metal (também chamado de hair metal ou “metal farofa”) nos anos 1980. Esteve em baixa com a onda grunge nos anos 1990, mas continua na resistência e revelando novos artistas e bandas que continuarão mantendo a chama do rock pesado acesa.


Led Zeppelin (Atlantic, 1969), Led Zeppelin. Dos escombros dos New Yardbirds surgiu em 1968 o Led Zeppelin, que alçou voo rumo ao estrelato do rock com o seu primeiro e autointitulado álbum lançado no começo de 1969. Apesar das críticas negativas da imprensa musical dos Estados Unidos inicialmente, o álbum acabou conquistando o público graças à receita sonora da banda calcada na bem azeitada fusão de blues, rock, peso e distorção. As faixas “Good Times, Bad Times”, “Communication Breakdown” e “Dazed And Confused” mostram para que o Led Zeppelin estava chegando.



In Rock (Harvest, 1970), Deep Purple. Quarto álbum de estúdio do Deep Purple, In Rock é no entanto o primeiro com a formação clássica do quinteto inglês com a chegada de Ian Gillan (vocais) e Roger Glover (baixo). Esses juntaram-se a Ritchie Blackmore (guitarra), John Lord (teclados) e Ian Paice (bateria) que já estavam na banda. O álbum mostra a nova formação bem entrosada. Com In Rock, o Purple conseguiu afastar-se dos resquícios de psicodelia que existiam em seu som e ficar em pé de igualdade com as bandas de som pesado da época. Destaque para petardos como “Speed King”, “Bloodsucker”, “Flight Of The Rat” e “Into The Fire”.


Paranoid (Vertigo, 1970), Black Sabbath. No seu primeiro e homônimo álbum, o Black Sabbath lançou as bases do que seria conhecido mais tarde como heavy metal. Mas a banda inglesa consolida esse processo com o seu segundo trabalho, Paranoid, sete meses após o lançamento do primeiro. Além das temáticas sombrias e mórbidas exploradas no primeiro disco, em Paranoid, o Black Sabbath fala sobre guerra como em “War Pigs”. Graças a faixas como “Paranoid” e “Iron Man”, o álbum foi 4º lugar no Reino Unido e ainda projetou o Black Sabbath no mercado norte-americano.  Paranoid vendeu mais de 4 milhões de cópias, é o mais vendido da discografia do Black Sabbath.


Led Zeppelin IV(Atlantic, 1971), Led Zeppelin. Após críticas injustas da imprensa musical à sonoridade acústica do Led Zeppelin III, o quarteto inglês deu uma resposta à altura com o eu quarto álbum, que não tem um título específico, mas é popularmente chamado de Led Zeppelin IV. Há quem o chame de “Quatro Símbolos” ou “Zoso”. Em seu quarto álbum, o Led Zeppelin fez um perfeito equilíbrio entre a leveza da sua veia eletroacústica (“Going To California”, “Battle For Evermore”) com a agressividade da sua vocação para o som pesado (“Black Dog”, “Rock And Roll” e “When The Levee Breaks”). Mas a grande faixa do álbum, em tamanho e importância, é a épica “Stairway To Heaven”. Com mais de 22 milhões de cópias vendidas, Led Zeppelin IV é o quarto álbum mais vendido da história da indústria fonográfica.


Machine Head (Harvest, 1972), Deep Purple. Sexto álbum do Deep Purple, Machine Head é o ápice da formação clássica do quinteto inglês. É um dos álbuns mais influentes do hard rock e do heavy metal. Não é para menos: tem “Smoke On The Water” e seu emblemático riff de guitarra; “Highway Star” com os vocais escandalosos de Ian Gillan, os solos de guitarra de Ritchie Blackmore, mais os teclados arrebatadores de John Lord; “Space Truckin” atropelando tudo que tem pela frente com seu som peso-pesado. Sobra até tempo para um hard rock em tom jazzístico com “Lazy”. 1º lugar no Reino Unido e 7º lugar nos Estados Unidos, Machine Head é o álbum mais vendido do Deep Purple.


Rocks (Columbia, 1976), Aerosmith. Sucessor de Toys In The Attic (1975), álbum que catapultou o Aerosmith para o estrelato, Rocks é para alguns fãs o melhor álbum da banda norte-americana. Rocks conseguiu afastar a imagem do Aerosmith de mera cópia dos Rolling Stones. Mais cru e pesado que seu antecessor, Rocks faz jus ao nome que tem e traz uma fileira de hard rocks pesados e afiados como “Rats In The Cellar”, “Combination”, “Sick As A Dog” e “Lick And A Promise”. “Home Tonight”, é a única balada do álbum, e é ela quem fecha Rocks.




Van Halen (Warner, 1978), Van Halen. O primeiro e homônimo álbum do Van Halen quando foi lançado, trouxe um novo vigor para o hard rock e apontou caminhos para o futuro do gênero para década seguinte. Van Halen, revelou ao mundo o guitarrista Eddie Van Halen, que apesar de muito jovem, mostrava a destreza e o virtuosismo de um veterano, como pode ser comprovado na faixa fenomenal “Eruption”.  O álbum ainda apresentou um vocalista carismático e muito louco, David Lee Roth. O cover de “You Really Got Me”, hit dos Kinks, e “Runnin’ With The Devil” são alguns dos bons momentos do álbum que alcançou a marca de 10 milhões de cópias vendidas.


Highway To Hell (Albert, 1979), AC/DC. Highway To Hell é o sexto álbum do AC/DC, e foi com ele que a banda australiana conquistou os Estados Unidos, objetivo que tanto almejava. Lá, Highway To Hell alcançou o posto de 17º, enquanto que no Reino Unido ficou em 8º lugar. O riff da faixa-título e que abre o álbum, é um dos mais memoráveis do rock pesado. Além da faixa que dá nome ao álbum, merecem destaque outras faixas como “Touch To Much”, “Got It Hot” e “Love Hungry Man”. Highway To Hell foi o último álbum de Bon Scott como vocalista do AC/DC. Ele morreu de maneira mal explicada no começo de 1980 no momento em que o álbum fazia sucesso.


Back In Black(Albert, 1980), AC/DC. Apesar do duro golpe sofrido com a morte de Bon Scott, o AC/DC não se entregou à tristeza: levantou-se e deu a volta por cima. Back In Black marcou a estreia de Brian Johnson como novo vocalista do AC/DC no lugar do falecido Scott. A capa preta e o título do álbum são referências a Scott. Dentre os destaques do álbum, a voz rasgada de Johnson, os solos demolidores de guitarra de Angus Young e os riffs genias da guitarra rítmica de Malcolm Young. Faixas matadoras como a faixa-título, “You Shook Me All Night Long”, “Shoot To Thrill” e “Hells Bells” tonaram-se clássicos do repertório do AC/DC e fizeram de Back In Black o disco de rock mais vendido em todos os tempos com 51 milhões de cópias. É o segundo álbum mais vendido da história da indústria fonográfica, perdendo apenas pra Thriller, de Michael Jackson.


Appetite For Destruction(Geffen, 1987), Guns N’ Roses. Simplesmente um dos melhores álbuns de estreia da história do rock. Primeiro disco do Guns N’ Roses, Appetite For Destruction  trouxe de volta, em plena “ressaca” pós-punk nos anos 1980, a alegria, a força, a rebeldia e a irreverência do hard rock dos anos 1970, tendo como inspiração Aerosmith, Led Zeppelin, Nazareth, Humble Pie e tantas outras. A dobradinha Axl Rose/Slash, reviveu outras dobradinhas memoráveis do hard rock envolvendo vocalista/guitarrista como Robert Plant/Jimmy Page, no Led Zeppelin e Steven Tyler/Joe Perry, no Aerosmith. Do início ao fim, o álbum possui hard rocks arrasadores como "Welcome To The Jungle", "Paradise City", "Sweet Child O' Mine" e "Nightrain” que ajudaram Appetite For Destruction a vender mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo.

Comentários

Postar um comentário