"Roots”(1996), Sepultura


Em 20 de fevereiro de 1996, chegava às lojas de discos de todo o mundo o álbum Roots, o sexto da carreira do Sepultura. Roots é o mais controverso álbum da discografia do Sepultura, trabalho que desperta paixão e ódio entre os fãs da banda mineira. Contudo, a sua proposta experimentalista que envolve percussão afro-baiana e gravações com índios xavantes, fez Roots agradar em cheio a crítica internacional que viu nele um disco fora dos padrões convencionais de um álbum de heavy metal.

Acho que o que faz até hoje metade dos fãs rejeitarem Roots, talvez seja a presença da percussão, e em especial, a presença de Carlinhos Brown, peça fundamental para que a proposta percussiva do disco desse certo. O fato de Brown ter a sua imagem associada à axé music, assustou os fãs mais “ortodoxos”. Me lembro que na época, pensou-se em convidar Naná Vasconcelos. Mas acabou o baiano entrando no projeto, o que pra mim, foi uma decisão certeira.

Sepultura com pinturas indígenas numa tribo xavante,
em Goiás, em 1996.
O caminho do Sepultura para o experimentalismo já era previsível. A banda já sinalizava para isso em álbuns anteriores. Em Chaos A.D., o antecessor de Roots - e mais “palatável” aos ouvidos metaleiros - é possível se notar a bateria de Igor Cavalera já mais percussiva e a aproximação da banda ao universo indígena como na ótima “Kaiowas”. O cenário roqueiro brasileiro naquele momento via chegar uma nova geração totalmente envolvida com o experimentalismo e com a “brasilidade” no rock através de Raimundos , Skank, Chico Science & Nação Zumbi, Planet Hemp, Mundo livre S/A, O Rappa e até mesmo com os Mamonas Assassinas. É totalmente compreensível que Roots tenha nascido dentro desse contexto.

Além de Carlinhos Brown, Roots contou com participações especiais de Mike Patton (vocalista do Faith No More) e Jonathan Davis (vocalista do Korn). Gosto das faixas “Roots Bloody Roots“,“Ratamahatta” e das “indígenas” "Jasco" e "Itsári". Acho a “quilométrica” "Canyon Jam" um tanto quanto cansativa demais.

Apesar de despertar paixões tão controversas entre os fãs, da rejeição radical de alguns deles – há quem considere Roots o disco mais fraco da Era Max Cavalera – o álbum deixou o seu legado, servindo de referência para correntes contemporâneas do heavy metal como o nu metal, e influenciando bandas como Slipknot e Limp Bizkit.

Faixas:
  1. "Roots Bloody Roots"                                   
  2. "Attitude"                                         
  3. "Cut-Throat"                                    
  4. "Ratamahatta"
  5. "Breed Apart"                  
  6. "Straighthate"                                                 
  7. "Spit"                                   
  8. "Lookaway"
  9. "Dusted"                            
  10. "Born Stubborn"                                            
  11. "Jasco"                
  12. "Itsári"                
  13. "Ambush"                                         
  14. "Endangered Species"                                                 
  15. "Dictatorshit"                                   
  16. "Canyon Jam" 
Ouça Roots na íntegra

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