Grandes álbuns, grandes histórias

Sempre fui da opinião de que o álbum é um formato importante para um cantor, uma cantora ou uma banda, independente do gênero musical que façam. O álbum permite que o ouvinte possa acompanhar a partir dele e dos álbuns seguintes, a evolução musical (ou não) de um artista. Existem grandes exemplos de artistas consagrados como Beatles, David Bowie, Caetano Veloso, Bob Dylan e Gilberto Gil que através de seus álbuns, nos permitem perceber os caminhos percorridos por eles, as transformações, os erros e acertos que cometeram. 

As gerações mais novas que cresceram com a internet, baixam músicas às dezenas, porém sem ter a mínima ideia de que álbuns são aquelas músicas, o caminho que o artista percorreu para chegar àquele momento entre outras coisas. Às vezes, nem mesmo têm paciência de ouvir a música por inteiro, já passam para próxima faixa, um claro reflexo do tempo em que vivemos onde a ansiedade, a impaciência, a velocidade de consumir tudo rápido dão as cartas. Ouvem tudo como se estivessem comendo uma hambúrguer na lanchonete da esquina. Enfiam tudo nos seus iphones e ouvem as canções de um determinado artista de várias fases diferentes, tudo misturado. 

Na minha adolescência nos anos 1980, me tornei fã dos Beatles ouvindo os hits da fase iê-iê-iê numa fitinha cassete. Levei um choque ao descobrir a fase psicodélica deles, onde as canções, os estilos eram completamente deferentes. Foi aí que percebi o quanto era importante para poder entender essa mudança, essa evolução, ouvir os álbuns, disco a disco. E não me satisfazia em apenas ouvir. Procurava ler sobre cada disco, sobre o produtor, sobre o que os Beatles pensavam, o que queriam fazer em cada disco. E fui fazendo a mesma coisa com os outros artistas dos quais era fã.

Acredito que um álbum é para o artista da música a mesma coisa como é o livro para o escritor, ou um filme para um diretor e ou ator e atriz. Com o decorrer dos álbuns, o conjunto dessas obras, podemos ter uma dimensão do que é o cantor, a cantora ou banda que gostamos, e pudemos ter uma ideia, com o passar do tempo, da sua relevância para a música. 

Neste blog, procuro comentar um pouco dos álbuns que já ouvi, da percepção que me despertaram e um pouco da história deles. Os álbuns já existem há quase 70 anos, desde a invenção dos LP's no final dos anos 1940. Teve o seu ápice nos anos 1970 e 1980, quando artistas vendiam álbuns aos milhões, ganhou um novo formato com surgimento dos CD's e foi ameaçado com surgimento da internet. Mesmo assim ele sobrevive, os aristas continuam lançando álbuns, tanto em formato CD como em download, e para nossa grata surpresa, em LP (ou vinil para alguns), formato que era decretado como morto nos anos 1990, e ressurge das cinzas nos últimos anos. 

E viva os álbuns. 

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