“Bad Girls” (Casablanca Records, 1979), Donna Summer



Por Sidney Falcão

Na segunda metade dos anos 1970, nenhuma cantora no mundo era mais popular do que a norte-americana Donna Summer (1948-2012). Ela estava em todos os lugares: no rádio, na TV, nas capas de revistas e de jornais de todo o planeta. A disco music era a grande “febre” mundial, e Donna Summer era a própria personificação desse gênero musical. Ela era a “Rainha da Disco Music”.

Nascida LaDonna Adrian Gaines, em 31 de dezembro de 1948, em Boston, Estados Unidos, Summer havia se iniciado na música cantando nas igrejas protestantes da sua cidade natal. Em 1967, deixou Boston e partiu para Nova York onde se tornou vocalista da banda Black Crow. Naquela cidade, participou da montagem do musical Hair. Depois, ela foi para Munique, na Alemanha, onde participou da montagem alemã de Hair, e por lá decidiu ficar. Mudou-se para Viena, na Áustria no começo dos anos 1970, e lá casou-se com o ator austríaco Helmuth Sommer, em 1972, de quem acrescentou o sobrenome “Sommer”. No ano seguinte, ela teve a sua primeira filha, Natalia Pia Melanie Sommer.

Em 1974, de volta a Munique, Donna Summer conheceu os produtores Giorgio Moroder e Pete Bellotte, durante um trabalho de backing vocal no estúdio Musicland, de propriedade de Moroder. Ofereceram-lhe um contrato com o selo Oasis. No mesmo ano, a dupla produziu o primeiro álbum da cantora, Lady Of The Night. A capa do álbum trouxe um erro gráfico: ao invés de Donna Sommer, o nome da cantora com seu sobrenome de casada, a capa foi impressa como “Summer” (“verão” em inglês). Ela acabou assumindo o “Summer”, o que explica a origem do seu nome artístico.

Donna Summer, Moroder e Bellotte formariam uma parceria que se tornaria uma das mais bem-sucedidas da música pop nos anos 1970. Em 1975, Summer lança seu segundo álbum, Love To Love You Baby, gravado e produzido por Moroder e Bellotte em Munique, na Alemanha. Para entrar no mercado dos Estados Unidos, Summer assinou contrato com a gravadora norte-americana Casablanca Records, responsável pela distribuição dos discos da cantora nos Estados Unidos. A música que dá nome ao álbum chamou a atenção do público pelos sussurros e gemidos de Summer. O single da música chegou ao 2º lugar na parada da Billboard Hot 100, nos Estados Unidos, e consequentemente revelou Donna Summer para o mundo. 


Capa de Love To Love You Baby, álbum que projetou Donna Summer
para mercado da música pop internacional em 1975.

Daí em diante, a carreira de Donna Summer segue num caminho ascendente numa sequência de álbuns e de singles que alcançaram sucesso comercial, tudo sob a produção de Giorgio Moroder e Pete Bellotte, em Munique, Alemanha. Em 1976, Summer lança dois álbuns: em março o terceiro álbum, A Love Trilogy, que emplaca o hit “Could It Be Magic”, e em outubro, sai o quarto álbum Four Seasons Of Love, com o hit “Spring Affair”. No ano seguinte, em maio, sai o quinto álbum, I Remember Yesterday que traz a revolucionária “I Feel Love”, a primeira música 100% eletrônica a entrar nas paradas de sucesso, representando um marco e o futuro da música pop. Cinco meses depois, Donna Summer lança o seu sexto álbum, Once Upon A Time, em formato álbum duplo, o primeiro da carreira da cantora norte-americana, e que assim como os dois álbuns anteriores, ganhou o “Disco de Ouro”.

Em maio de 1978, estreia nos cinemas o filme Thank Good It’s Friday (no Brasil, Até Que Enfim É Sexta-Feira), estrelado por Donna Summer e Jeff Goldblum. O filme pega carona no rastro do sucesso do filme Saturday Night Fever (no Brasil, Os Embalos De Sábado À Noite) e é ambientado numa discoteca, onde Donna Summer faz o papel de uma cantora em começo de carreira, cujo sonho é se tornar uma estrela da disco music. O filme ganhou o Oscar de “Melhor Canção” por causa da música “Last Dance”, gravada por Donna Summer, chegando ao  3º lugar da Billboard 100. A trilha sonora do filme vendeu mais de 3 milhões de cópias e conquistou o topo da Bilboard 200, nos Estados Unidos.

Ainda em 1978, Summer lança em agosto daquele ano o seu primeiro álbum gravado ao vivo, Live And More, lançado em formato álbum duplo. O show gravado ao vivo aconteceu em junho de 1978, no Universal Amphitheatre , em Los Angeles, Califórnia, e fez parte da turnê do álbum Once Upon A Time. Live And More traz a versão ao vivo e em ritmo de disco music “MacArthur Park”, que conquistou o 1º lugar na Billboard 100, nos Estados Unidos.


Donna Summer em cena do filme Thank Good It’s Friday (no Brasil, Até Que Enfim É Sexta-Feira).

Naquele momento, num espaço de pouco mais de três anos, desde que havia estourado com o megahit “Love To Love You Baby”, Donna Summer havia alcançado o topo do cenário da música pop mundial. Com a discos music dominando o mercado fonográfico através das vendas de discos, paradas de sucesso radiofônico e as pistas de dança das discotecas de todo o mundo, Donna Summer havia se tonado a “Rainha da Disco Music”, amparada na sua coleção de hits, e de álbuns e singles que vendiam aos milhões em todo o mundo.

Apesar da fama, do prestígio e do dinheiro que havia conquistado, Donna Summer se mostrava insatisfeita com a imagem de “objeto sexual”. Se no começo, a sua imagem sexualizada havia ajudado a torna-la conhecida, àquelas alturas, isso já a incomodava. A “Rainha da Disco Music” queria mostrar ao mundo que era muito mais do que uma cantora pop sexy. Estava disposta a ir muito além, que era capaz de ser uma grande artista, que podia cantar outros estilos musicais e não ficar presa a uma imagem sexual ou mesmo a um modismo musical que mais cedo ou mais tarde poderia passar.

Para o seu próximo álbum de estúdio, Donna Summer estava decidida a conceber um repertório mais diversificado, aproximando-se de elementos do rock, soul, R&B e música eletrônica. Naquele momento, ainda que a disco music estivesse com a popularidade em alta, outros gêneros musicais como o punk e a new wave estavam em ascensão, e a “Rainha da Disco Music” parecia estar antenada com as novas tendências musicais. Summer queria dar continuidade à sua experiência bem-sucedida com a música eletrônica, iniciada com o megahit “I Feel Love”, em 1977. Na produção do novo álbum, Summer manteve a parceria vitoriosa com Giorgio Moroder e Pete Bellotte.


Giorgio Moroder e Pete Bellotte nos anos 1970.

A novidade nesse novo álbum é que pela primeira vez, Donna Summer iria gravar um álbum de estúdio fora Alemanha. O novo trabalho foi todo gravado em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre dezembro de 1978 e março de 1979.  E pela terceira vez consecutiva, Donna Summer apostou no formato álbum duplo.

Intitulado Bad Girls, o novo álbum de Donna Summer chegou às lojas em 25 de abril de 1979. A decisão de Summer de ampliar os seus horizontes musicais mostrou-se das mais assertivas. Os jornalistas da imprensa musical, que antes a viam com descredito, se mostraram bem receptivos com Bad Girls. Na sua edição de 18 de maio de 1979, o jornal The New York Times afirmou que o álbum foi um avanço na carreira de Donna Summer. Para aquele jornal, os álbuns anteriores, apesar de bons, davam a entender que as estrelas eram os produtores Giorgio Moroder e Pete Bellotte. Em Bad Girls, Summer conseguiu alcançar o que tanto almejava que era mostrar todo o seu potencial como artista.

Em junho de 1979, Donna Summer iniciou a Bad Girls Tour, uma turnê que percorreu os Estados Unidos e que se estendeu até dezembro do mesmo ano.
Composto por 15 faixas distribuídas em dois discos, Bad Girls possui um repertório pop diversificado e muito bem dividido. O disco 1 reúne faixas centradas na fusão de pop rock e disco music. O disco 2 traz num lado baladas românticas, e no outro lado, faixas dançantes com base instrumental eletrônica, uma continuação da experiência de Donna Summer iniciada com “I Feel Love”, em 1977.

O disco 1 começa com “Hot Stuff”, que apesar de ter “incendiado” as pistas das discotecas de todo o mundo na época, mostra claramente a aproximação de Donna Summer, uma estrela da disco music, com o rock. Serviria talvez de contraponto com as estrelas do rock, como Blondie e Rolling Stones, por exemplo, que fizeram o caminho inverso: flertaram com a disco music, respectivamente através de hits como “Heart Of Glass” e “Miss You”. As referências de rock em “Hot Stuff” se mostram por meio da bateria pesada de Keith Forsey, das camadas de teclados e do solo de guitarra de Jeff Baxter, guitarrista da banda The Doobie Brothers.


Jeff Baxter, guitarrista dos Doobie Brothers: solos de guitarra de rock em "Hot Stuff".


“Bad Girls”, faixa que dá nome ao álbum, segue a linha disco music convencional. Sua letra teria sido inspirada num fato verídico em que uma assistente de Donna Summer, foi ofendida por um policial que a confundiu com uma prostituta. O dono da gravadora Casablanca, Neil Bogart, queria que a música fosse gravada por Cher, mas Summer, co-autora de “Bad Girls”, rechaçou a ideia insistiu que ela mesma iria gravar. O tempo mostrou que a “Rainha da Disco Music” tomou a decisão certa.

A faixa seguinte, “Love Will Always Find You”, possui uma orientação pop rock. Sua letra tem conotação romântica, trata sobre a esperança no amor, afirmando que quando menos se espera, o amor chegará, não importa quando e onde.

“Walk Away” fecha o lado 1 do disco 1, uma música dançante com uma boa base percussiva ao fundo e uma guitarra funky. Um saxofone dá um toque de elegância e sofisticação à faixa. A letra é sobre alguém que superou uma desilusão amorosa.
O lado 2 do disco 1 abre com “Dim All The Rights” cuja introdução começa num ritmo lento, como se fosse uma balada romântica, mas ganha um ritmo mais dançante e rápido mais à frente após Summer emitir com sua voz, uma nota alta por cerca de 16 segundos. “Dim All The Rights” foi composta apenas por Summer, que apesar de ser uma disco music, guarda um teor romântico em sua letra através de versos bem singelos como os do refrão: “Dim all the lights sweet honey / 'Cause tonight it's you and me / No need to worry darlin' / 'Cause it's for eternity”. (“Apague todas as luzes, doçura / Porque esta noite é você e eu / Não precisa se preocupar querido / Porque é para a eternidade”).

“Journey To The Center Of Your Heart” possui a batida tradicional e a base instrumental da disco music, porém um solo de sintetizador destoa de todo o resto. “One Night In A Lifetime” tem como destaque os metais, um piano (instrumento não muito comum na disco music) e um baixo galopante. O disco 1 se encerra com “Can’t Get To Sleep At Night”, que possui uma base percussiva que dá robustez à música e é mais uma faixa disco do álbum com temática romântica, em que Summer canta sobre as dificuldades de se esquecer um antigo amor. 


Imagem interna da capa dupla de Bad Girls.


“On My Honor” é quem dá início ao disco 2 do álbum duplo Bad Girls, e consequentemente a uma sequência de canções de amor concentradas no lado 3. A canção é uma balada calma e romântica, cuja letra é sobre uma mulher que decepcionou o homem que ela ama, e tenta de todas as formas reconquistá-lo.

Composta por Donna Summer, a linda “There Will Always Be A You” tematicamente possui uma conexão com a faixa anterior, um desdobramento. Nesta canção, Summer canta a saudade de uma mulher pelo homem que tanto amou. Em “All Through The Night”, é sobre uma mulher cheia de si, que alerta a um rapaz que ele não precisa ir tão longe procurando alguém para amar, pois ela é a pessoa certa.

“My Baby Understand” é outra canção de amor composta por Donna Summer, que começa com solos de piano. A canção como um todo possui arranjos que se aproximação de um rock balada, contendo um solo estridente de guitarra. “My Baby Understand” é sobre uma mulher que ressalta o amor e dedicação que o seu amante lhe dedica.

Após uma sequência de canções românticas do lado 3, o lado 4 do álbum é todo dedicado a faixas dançantes eletrônicas. Aqui, o papel de Giorgio Moroder, mestre da música eletrônica, foi fundamental ao produzir as bases instrumentais, apoiadas em sintetizadores. Mas vale destacar também o papel de Harold Faltermeyer, na época um jovem tecladista que já havia trabalhado com Moroder na trilha sonora do filme Midnight Express (no Brasil, O Expresso da Meia Noite), em 1978. Ele também tocou sintetizadores não só nas outras faixas do álbum, mas também, e especialmente, nas faixas mais voltadas ao eletrônico incluídas no lado 4 do álbum duplo. Anos mais tarde, Faltermeyer se dedicaria a compor trilhas sonoras para filmes, sendo a sua composição mais famosa “Axel F”, tema do personagem de Eddie Murphy no filme Beverly Hills (Um Tira da Pesada, no Brasil), de 1984.

“Our Love” é quem abre a sequência de faixas eletrônicas do lado 4. Assim como “I Feel Love”, “Our Love” é mais uma parceria de Summer com Moroder que se tornou um clássico do pop eletrônico e que exerceu influência no synthpop, sobretudo nas bandas inglesas do gênero. A banda inglesa New Order já havia admitido que se inspirou na batida de “Our Love” para conceber a batida de “Blue Monday”, hit do grupo de 1983. “Lucky” vem na sequência, e traz Donna Summer cantando de maneira bem melódica e cheia de falsete sobre camadas de sintetizadores. “Sunset People” é a última música do álbum com uma batida rápida e dançante, como se quisesse anunciar o raiar dos anos 1980, afinal, ela trazia consigo elementos que mais tinham a ver com o pop que seria desenvolvido com a nova década que estava por vir.

Responsável pela base eletrônica de algumas faixas de Bad Girls, o tecladista Harold Faltermeyer trabalhou com
Giorgio Moroder na trilha sonora do filme Midnight Express (1978).

Bad Girls conquistou não só opinião da crítica, mas também foi um grande sucesso comercial. O álbum duplo ficou seis semanas em 1º lugar da Billboard Hot 200, nos Estados Unidos. Em pouco mais de dois meses, já havia ultrapassado a casa de 1 milhão de cópias vendidas. Ao todo, Bad Girls vendeu 4 milhões de cópias.

O álbum rendeu seis singles: “Hot Stuff”, “Bad Girls”, “Dim All The Lights”, “Sunset People”, “Our Love” e “Walk Away”. “Hot Stuff” teve o seu single figurando em 1º lugar na Billboard 100, nos Estados Unidos, e em 5º lugar na Alemanha. O single de “Bad Girls” foi 1º lugar na Billboard 100, nos Estados Unidos, assim como esteve no topo das paradas de singles do Reino Unido e Canadá. “Dim All The Lights” também liderou o topo da Billboard 100, nos Estados Unidos.

Além do sucesso em vendas, Bad Girls teve um ótimo desempenho em premiações. Na edição de 1980 do prêmio Grammy, Donna Summer venceu na categoria “Melhor Performance Vocal Feminino de Rock”, desbancando roqueiras consagradas como Carly Simon e Bonnie Raitt.


A bela e a fera: Donna Summer e Giorgio Moroder.


No mesmo ano de 1980, na premiação do American Music Awards, Donna Summer venceu na categoria “Artista Feminina Favorita” no seguimento pop rock, e “Artista Feminina Favorita”, no seguimento soul/R&B. A música “Bad Girls” venceu na categoria “Canção Pop rock favorita”, deixando para traz dois megahits, “My Sharona”, do The Knack, e “Do Ya Think I'm Sexy? ”, de Rod Stewart.

Bad Girls foi o último trabalho de Donna Summer pela Casablanca Records. A cantora desejava explorar outros estilos e não ficar atrelada à disco, mas a gravadora discordava. Com o impasse, Summer deixou a Casablanca e assinou com a Geffen Records, gravadora que estava sendo fundada pelo empresário David Geffen. Sem a sua grande estrela, a Casablanca tentou faturar mais ainda com ela, e lançou no final de 1979, um álbum duplo reunindo os seus maiores sucessos, On the Radio: Greatest Hits Volumes I & II.

Donna Summer foi a primeira contratação da Geffen (John Lennon foi a segunda), e o seu álbum The Wanderer, foi o primeiro lançamento daquela nova gravadora. O álbum saiu em 1980, e mostra o direcionamento de Summer para o pop rock, com uma forte influência da new wave. Contudo, diferente de Bad Girls, The Wanderer não teve o mesmo impacto, e sua repercussão foi bem modesta.  

Sucesso incontestável de público e de crítica, Bad Girls representou o ápice da carreira artística de Donna Summer, mas não significou apenas isso. O álbum duplo teve um significado emblemático, pois além de representar o ponto máximo na carreira de Summer, representou também o começo da decadência da disco music. Bad Girls já trazia nas suas faixas, indícios do que seria o futuro do pop dançante após a queda da disco music na década seguinte, baseados no recém-nascido synthpop e em elementos de renovação do rock através do punk e da new wave.

Faixas

Disco 1

Lado 1
"Hot Stuff" (Pete Bellotte, Harold Faltermeyer, Keith Forsey)
"Bad Girls" (Donna Summer, Joe "Bean" Esposito, Edward "Eddie" Hokenson, Bruce Sudano)
"Love Will Always Find You" (Pete Bellotte, Giorgio Moroder)
"Walk Away" (Pete Bellotte, Harold Faltermeyer)

Lado 2
"Dim All the Lights" (Donna Summer)
"Journey to the Center of Your Heart" (Pete Bellotte, Giorgio Moroder)
"One Night in a Lifetime" (Pete Bellotte, Harold Faltermeyer)
"Can't Get to Sleep At Night" (Bob Conti, Bruce Sudano)

Disco 2

Lado 3
"On My Honor" (Donna Summer, Harold Faltermeyer, Bruce Sudano)
"There Will Always Be a You" (Donna Summer)
"All Through the Night" (Donna Summer, Bruce Roberts)
"My Baby Understands" (Donna Summer)

Lado 4
"Our Love" (Donna Summer, Giorgio Moroder)
"Lucky" (Donna Summer, Giorgio Moroder, Joe "Bean" Esposito, Edward "Eddie" Hokenson, Bruce Sudano)
"Sunset People" (Pete Bellotte, Harold Faltermeyer, Keith Forsey)
  

Referências:
Jornal The New York Times – 18 de maio de 1979
Jornal The New York Times – 26 de julho de 1979
Jornal The New York Times – 29 de julho de 1979
elsewhere.co.nz
www.popmatters.com
wikipedia





"Hot Stuff"



"Bad Girls"



"Love Will Always Find You"



'Walk Away"



"Dim All The Lights"



"Journey To The Center Of Your Heart"



"One NightIn A Lifetime"



"Can't Get To Sleep At Night"



"On My Honor"



"There Will Always Be A You"



"All Through The Night



"My Baby Understands"



"Our Love"



"Lucky"



"Sunset People







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