Na virada da década de 1980 para a década de 1990, a capital de Pernambuco, Recife, vivia um grande marasmo cultural. Nada de novo e instigante acontecia. A cidade ainda vivia na ressaca da sonoridade tropical de Alceu Valença, Geraldo Azevedo dentre outros artistas pernambucanos. Mas era uma geração que havia despontado nos anos 1970. Foi em cima desse marasmo, dessa paralisia cultural, carente de novidades transformadoras que um grupo formado por jovens músicos, artistas plásticos e intelectuais, decidiu mudar aquela situação. Tendo à frente Chico Science, Fred Zero Quatro (líder da banda Mundo Livre S/A), Renato Lins (mais conhecido como Renato L), esse grupo de artistas criou o movimento denominado Manguebit. O nome era a conjunção de mangue - referente aos manguezais tão presentes na geografia do Recife, rico em biodiversidade - com o bit, de computador, representando a tecnologia, a eletrônica, o futuro. Esteticamente, o movimento propunha a conexão entre as tradições ...