“Frampton Comes Alive!” (A&M,1976), Peter Frampton


Lá pelos meus sete anos de idade, em meados da década de 1970, costumava ouvir no rádio "Show Me The Way" e "Baby, I Love Your Way", mas não imaginava que as duas músicas faziam parte de um dos álbuns gravados ao vivo mais importantes e vendidos da história do rock: Frampton Comes Alive!. Em janeiro deste ano, o álbum-duplo de Peter Frampton fez 40 anos de lançado.

Até se tornar famoso, o cantor e guitarrista inglês foi músico de estúdio. Gravou em álbuns de vários artistas e foi integrante da banda Humble Pie. Em 1972, aos 22 anos, partiu em carreira solo, e após quatro álbuns de modesto sucesso, Peter lançou o álbum-duplo Frampton Comes Alive!, no comecinho de 1976. O trabalho foi resultado de uma turnê monstruosa que ele fez, tendo boa parte do material registrado em 1975, durante a passagem da turnê pelos Estados Unidos.

Todo o repertório do álbum foi baseado nos quatro discos anteriores de Peter, Wind Of Change (1972), Frampton's Camel (1973), Something's Happening (1974) e Frampton (1975). Mas foi através de Frampton Comes Alive! que músicas como "Show Me the Way", "Baby, I Love Your Way", "Do You Feel Like We Do" e “Something's Happening" se tornaram mais famosas nas versões ao vivo do que nas versões originais gravadas em estúdio nos discos anteriores. Com Frampton Comes Alive!, Peter popularizou o “talk-box”, uma engenhoca que através de um tubo entre um pedal de efeito e a boca do músico e o microfone, parece fazer a guitarra “falar”.

Frampton Comes Alive! foi um fenômeno em vendas no ano de 1976. Só nos Estados Unidos, bateu a casa de 6 milhões de cópias vendidas enquanto que no resto do planeta, vendeu pouco mais de 13 milhões de cópias. Chegou a vender 20 mil cópias por dia. Atingiu o 1º lugar da “Billboard” três meses após seu lançamento.

Com o sucesso comercial de Frampton Comes Alive!, Peter se tornou um super star do primeiro escalão do rock mundial, figurando ao lado de gigantes como Led Zeppelin, Rolling Stones, Kiss, Elton John, Queen, Eagles e Pink Floyd, isso só pra citar uma parte da constelação roqueira daquela época, o que comprova que cena do mainstream do rock da época era bastante competitiva. Estampou as mais diversas capas de revistas em todo o mundo, as canções estouraram nas emissoras de rádio e o músico ganhou maciça exposição.

Em 1977, ainda sob o efeito do impacto de Frampton Comes Alive!, Peter lançou o álbum de estúdio I'm In You, que teve um sucesso razoável. No mesmo ano, estrelou junto com os Bee Gees, o filme “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, um tremendo fracasso de crítica e bilheteria.

Peter Frampton no auge, lotando estádios e vendendo
discos aos milhões
Após tanta exposição, um acidente de carro que quase lhe tirou a vida em 1978 e problemas pessoais, a popularidade de Peter Frampton desceu ladeira abaixo e nunca mais conseguiu recuperar o mesmo prestígio de antes. A super exposição e o jeitão de galã (habitou os sonhos de muitas garotas dos anos 1970) fizeram muita gente subestimar o seu talento como músico, o que é uma tremenda injustiça. Em 1981, chegou a ensaiar uma volta por cima com o hit "Breaking All The Rules", hard rock do álbum de mesmo nome que foi bastante executado em rádio de todo o mundo e foi tema de comercial de uma marca de cigarros aqui no Brasil.

Apesar de não ter mais a visibilidade do passado, Peter Frampton continua na ativa, fazendo turnês e tocando os seus grandes sucessos. Frampton Comes Alive!, mesmo depois de tantos anos de lançado, continua vendendo bem.

Faixas: 

Disco 1

Lado 1
  1. "Introduction/Something's Happening"
  2. "Doobie Wah" (Frampton, John Headley-Down, Rick Wills)
  3. "Show Me The Way"
  4. "It's A Plain Shame"

Lado 2
  1. "All I Want To Be (Is Be Your Side)"
  2. "Wind of Change"
  3. "Baby, I Love Your Way"
  4. "I Wanna Go To The Sun"


Disco 2

Lado 3
  1. "Penny For Your Thoughts"
  2. "(I'll Give You) Money"
  3. "Shine On"
  4. "Jumpin' Jack Flash" (Mick Jagger, Keith Richards)

Lado 4
  1. "Lines On My Face"
  2. "Do You Feel Like We Do" (Frampton, Mick Gallagher, John Siomos, Rick Wills) 



Todas as canções são de autoria de Peter Frampton, exceto as indicadas. 

Ouça Frampton Comes Alive! na íntegra

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