"Boston" (Epic, 1976), Boston
Quando criança, Tom estudou piano clássico, mas gostava de montar e projetar coisas como por exemplo, aeromodelos. Ainda muito jovem, graduou-se e fez mestrado em Engenharia Mecânica pela MIT (Massachusetts Institute os Technology) aos 23 anos em 1970. Diplomado, foi trabalhar na Polaroid Corporation.
Fita master do álbum e acópia do contrato assinado por
Tom e Delp com a Epic Records
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Apesar da exigência da Epic, boa parte do matéria do álbum foi gravado no estúdio do porão de Tom Scholz. A mixagem e colocação dos vocais de Brad foram realizadas em estúdios ditos profissionais (como queria a gravadora) em Los Angeles, sob a responsabilidade de John Boylan. Mesmo com a dedicação e o perfeccionismo na produção do álbum, Tom Scholz não acreditava que o álbum no sucesso de Boston. Apesar do álbum lançado, Scholz continuava no seu emprego na Polaroid.
Em pé, da esquerda para a direita: Brad Delp, Tom Scholz,
Barry Goudreau, e Fran Sheeran. Sentado: Sib Hashian.
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A situação mudou quando “More Than A Feeling” estourou e escalou as paradas radiofônicas dos Estados Unidos. Em pouco tempo, “Boston” alcançou altos índices de vendas que ninguém da banda esperava. Em janeiro de 1977, “Boston” já batia a casa de 2 milhões de cópias vendidas e havia rendido três singles. A fama do Boston cresceu tanto que a banda já era tão popular quanto astros como Peter Frampton que ainda bombava com o álbum duplo Frampton Comes Alive (1976). O sucesso e a turnê de quase uma ano, encorajaram Tom Scholz a deixar o emprego na Polaroid. A consagração do Boston já era uma realidade.
Por muitos anos, Boston foi o álbum de estreia mais vendido da história fonográfica dos Estados Unidos, sendo superado mais tarde Appetite For Destruction (1987), do Guns N' Roses. Ainda assim, já ultrapassou a marca de 17 milhões de cópias vendidas.
Além do megahit “More Than A Feeling”, outras faixas viraram hits como "Peace Of Mind", a épica "Foreplay/Long Time" e autobiográfica "Rock and Roll Band".
Boston é para aqueles amantes de álbuns de rock bem produzidos e acabados. É “classic rock” por excelência. O que mais me impressiona no disco é como um cara como Tom Scholz, na época com cerca de 26/27 anos, conseguiu produzir um grande disco de rock, e logo no primeiro álbum de sua banda. Parecia um produtor experiente com anos de estrada em grandes gravadoras. Os anos em que ficou enfurnado no seu estúdio caseiro, movido pelo talento, dedicação e esmero deram bagagem para que ele alcançasse um nível tão alto. Além de talentoso jovem produtor, revelou-se um grande músico, principalmente como guitarrista.
A banda no estúdio do porão de Tom Scholz |
O grande legado de Boston foi ter inaugurado um novo padrão de rock radiofônico, dando origem ao chamado AOR (Adult Oriented Rock ou Album Oriented Rock), muito associado ao arena rock (“rock de arena”), marcado pelo som pesado, ao mesmo tempo melódico e virtuoso, um misto de hard rock com rock progressivo. O disco tornou-se modelo para uma série de bandas contemporâneas ao Boston como o Journey, Kansas, REO Speedwagon e influenciaria bandas de do mainstream do hard rock dos nos 1980 como Bon Jovi e Europe.
Boston faixa a faixa:
1- “More Than A Felling” – O grande hit e do álbum e o maior da carreira do Boston. É um exemplo clássico de rock para as massas, feito para ser entoado em grande estádios e arenas. Melodia e peso sonoro dão o equilíbrio perfeito a este rockaço. O saudoso Brad Delp mostra todo o seu potencial vocal. Tom Scholz faz a “parede” de guitarras, a base de riffs e solos. Há quem afirme que o riff de guitarra "Smells Like Teen Spirit ", do Nirvana, foi surrupiado de “More Than A Felling” por Kurt Cobain. Quem são semelhantes, lá isso são.
2 - "Peace Of Mind" – É da época das fitas demo do Boston e em que o baterista era Jim Masdea. Na regravação para o álbum, a bateria é de Sib Hashian, porém seguindo os arranjos originais criados por Masdea. Aqui, mas uma vez os vocais Brad se destacam, onde ele faz voz principal e as vozes de fundo em belíssimas harmonizações.
3 -"Foreplay/Long Time" - A faixa mais longa e talvez mais ambiciosa do álbum onde a Boston mostra todo o seu virtuosismo. São praticamente duas músicas em uma. O órgão Hammond pilotado por Tom Scholz dá o clima de rock progressivo no início da faixa e prossegue “forrando” a segunda parte da música, “Long Time”, mais puxada para o hard rock. Barry Goudreau dá um show nos solos de guitarra, botando-a pra “chorar”.
4 - "Rock & Roll Band" – Autobiográfica, é outra faixa do álbum que havia sido registrada em fita demo. Para o álbum, Tom Scholz chamou o antigo baterista, Jim Masdea pra tocar.
5 - "Smokin” – Neste hard rock, há uma certa influência do hard rock inglês. O grande destaque nesta faixa é o som do órgão Hammond executado por Tom Scholz que “forra” a base da música e faz o solos incríveis, chegando até a dar um certo clima de “Fantasma da Ópera” em determinado trecho.
6 - "Hitch a Ride" – A faixa mais leve e melódica do álbum, apesar de intercalar com trechos pesados. Brad Delp mostra mais uma vez as suas belas harmonizações vocais, e canta de uma maneira bem doce. As viradas de bateria de Sib Hashian são sensacionais. Os solos de guitarra caprichados e os violões melódicos que abrem e fechando a canção são de Tom Scholz.
7 - "Something About You" - Depois de um rock balada, um hard rock pra aumentar a temperatura. Aqui Brad canta pra cima, e para os vocais de fundo, ele praticamente criou uma colcha de vozes sustentada por uma base guitarras pesadas e solos dobrados executados por Tom Scholz.
8 - "Let Me Take You Home Tonight" – Composta por Brad Delp, esta é a única faixa em que todos os membros da banda tocam juntos, cada um “no seu quadrado”. É aqui que fecha o álbum.
Ouça o álbum Boston na íntegra
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