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Mostrando postagens de julho, 2022

“Disraeli Gears” (Reaction Records, 1967), Cream

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Por Sidney Falcão O ano de 1967 foi bastante corrido em termos de lançamentos de álbuns de rock psicodélico . A maioria dos álbuns que se tornaram clássicos do gênero foram lançados naquele ano: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Beatles), The Piper At The Gates Of Dawn (Pink Floyd), Surrealistic Pillow (Jefferson Airplane), Are You Experienced (The Jimi Hendrix Experience) e Forever Changes (Love) são alguns exemplos. E foi nesse contexto que Disraeli Gears , segundo álbum de estúdio do Cream, foi lançado em maio de 1967. O álbum traz o power trio britânico numa experiência que funde blues e psicodelia, somada ao peso e distorção da guitarra elétrica. Mas essa experiência do Cream com a psicodelia era algo novo para a banda. O trio formado pelo vocalista e baixista Jack Bruce (1943-2014), pelo guitarrista e vocalista Eric Clapton e pelo baterista Ginger Baker (1939-2019) surgiu em 1966, em Londres, Reino Unido, como uma banda que buscava resgatar velhos clássicos do

“Canções Praieiras” (Odeon, 1954), Dorival Caymmi

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Por Sidney Falcão Foi através do seu inesquecível violão e da sua voz poderosa que Dorival Caymmi cantou para o mundo a cultura e as tradições da Bahia, sua amada terra natal. Da culinária baiana à religião, das lendas e mistérios aos lugares paradisíacos da Bahia, passando por personagens do cotidiano baiano como a baiana do acarajé e o pescador, todos esses elementos representativos da Bahia serviram de fonte de inspiração para Dorival Caymmi construir a sua obra. Dentro desse universo musical de Caymmi, a temática praieira se tornou uma marca muito forte dentro da obra do cantor baiano. Poucos artistas na música brasileira cantaram com tanta maestria o mar e com tanta verdade a vida praieira como Dorival Caymmi. O fato de ter nascido numa cidade litorânea como Salvador, ajudou Dorival a ter uma fonte rica de referências para ele compor canções falando da vida dos pescadores, de suas esposas, das lendas e da vida difícil de quem tira o seu sustento da pesca no mar. Filho de um

10 discos essenciais: New Wave

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Austr Por Sidney Falcão Por volta de 1978, a fúria punk que havia estourado em 1976 sob a liderança dos Sex Pistols e que havia sacodido a cena musical britânica, começa a entrar em declínio. Mesmo assim, o movimento deixou um legado que marcaria tudo o que seria feito no rock nos anos seguintes. Enquanto isso, uma nova geração de bandas começava a despontar, trazendo consigo alguns ensinamentos do punk como a simplicidade e economia dos três acordes, e o lema “faça você mesmo”, em que qualquer um poderia montar a sua banda de rock, numa clara oposição ao virtuosismo e excessos de perfeccionismo das grandes estrelas do rock progressivo.   Contudo, essas novas bandas rejeitavam a postura sisuda, agressiva e pessimista do punk. Preferiam uma conduta mais divertida, alegre e colorida. Logo, essa nova geração de bandas foi rotulada pela imprensa musical britânica de “new wave” (“nova onda”). Já era usada em 1976 pelo fanzine punk Sniffin' Glue e pelo semanário inglês Melody Maker

“Super Fly” (Curtom Records, 1972), Curtis Mayfield

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Por Sidney Falcão Curtis Mayfield iniciou a carreira artística ainda na adolescência, em 1958, quando aos 16 anos, ingressou no grupo vocal de doo-wop The Impressions, sediado em Chicago, no estado de Illinois, nos Estados Unidos. O grupo The Impressions fez parte de uma geração de artistas americanos que ajudaram a moldar a chamada Chicago soul, uma vertente da soul music que surgiu na primeira metade dos anos 1960. Por volta de 1970, Curtis Mayfield deixou os Impressions e iniciou a sua carreira solo. No mesmo ano, lançou o seu primeiro álbum solo, o elogiado Curtis . Nesse seu primeiro trabalho solo, Mayfield já tratava de temas que se tornariam recorrentes nos seus álbuns posteriores como racismo e desigualdade social, fazendo dele, um artista pioneiro na soul music a fazer esse tipo de abordagem, antes mesmo de Marvin Gaye e Stevie Wonder. Além da temática, o disco apresenta uma sonoridade majestosa, outro elemento que caracterizaria os trabalhos de Mayfield, marcado por arran